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Com grupo urbano, Folia de Reis cresce em Ribeirão Preto

Cidade tem oito companhias, das quais sete estão na zona urbana; exceção é grupo de assentados da Barra

Companhias de Reis estão espalhadas em bairros como Vila Virgínia, Ipiranga, Marinceck e Paiva

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

A tradição de adorar o Menino Jesus por meio da viagem dos três Reis Magos deixou a zona rural e fez morada na área urbana de Ribeirão Preto. E m uma época voltada à tecnologia, a festa de Folia de Reis cresce e ganha mais adeptos na cidade.

Legado dos portugueses ao Brasil do século 17, a tradição da Folia de Reis mantém-se viva na cidade por meio das oito Companhias de Reis.

Em comum, sete desses grupos possuem uma característica inusitada do que se espera de um típico grupo de foliões. Eles não são sitiantes: todos moram nos bairros, na área urbana.

As companhias possuem suas sedes nos bairros Vila Virgínia, Ipiranga, Antonio Marinceck, Jardim do Trevo e Jardim Paiva.

São foliões cuja família ou eles mesmos deixaram a zona rural para fazer a vida na cidade, sem esquecer as origens e a devoção aos Santos Reis, passada de pai para filho. Um desses casos é o grupo Irmãos Vieira. São 22 anos com os atuais integrantes, mas a herança passada pelas gerações já torna a companhia centenária.

O segredo? A fé. "A festa continua porque faz parte da devoção, da fé que a pessoa tem, da graça que ela alcançou", afirmou Maria de Lourdes Seixas Vale, 60, integrante do grupo.

A exceção desse perfil urbano é o grupo caçula dos foliões. A Companhia de Reis Três Reis Magos foi criada reunindo assentados da Fazenda da Barra, próxima ao bairro Ribeirão Verde.

CAÇULA

A nova companhia foi criada em junho do ano passado, de acordo com a madrinha e fundadora do grupo Olga Cardoso dos Reis, 64.

Devota dos Santos Reis desde menina, quando morava em um sítio no Paraná, Olga há 23 anos celebra a Festa de São Cosme e São Damião no município.

Em um dos festejos, convidou os assentados da Barra. Foi a deixa para, no mês das festas juninas, fecharem a ideia de um grupo de foliões entre os assentados.

São 23 integrantes, inclusive crianças. "É uma coisa muito maravilhosa, uma tradição que existe desde o começo do mundo e que não deve acabar", disse Olga.

Na última sexta-feira, mesmo sob a ameaça de uma chuva fina, devotos pararam na região central de Ribeirão Preto para ver a passagem do grupo da Fazenda da Barra e para beijar a bandeira que traz a imagem de José, Maria e do Menino Jesus ao centro.

"Fui criada em fazenda. Gosto de Folia de Reis desde criança", afirmou Sebastiana Barato, 66, que diz ser devota dos Santos Reis.

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