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Para especialistas, demora prejudica Justiça

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO

Para juristas ouvidos pela Folha, a demora na resposta para o chamado caso Cury prejudica a imagem da Justiça perante a sociedade e pode até beneficiar o acusado.

"Um júri popular agora, depois de 15 anos, pode trazer outro resultado. Os jurados já não vivem no calor dos acontecimentos, que não têm mais o mesmo peso", afirmou o jurista Luiz Flávio Gomes.

Ainda segundo ele, a defesa pode alegar que, após tanto tempo, o usineiro Marcelo Zacharias Afif Cury, 37, está integrado à sociedade e não precisa ser preso.

Gomes lembra que, mesmo condenado, Cury pode não sair algemado do tribunal.

"Ele só irá preso se houver motivo concreto, como uma ameaça de fuga para o exterior. Caso contrário, poderá recorrer em liberdade e até pode ser julgado sem estar presente", disse.

Para Gomes, réus que conseguem bancar os custos de bons advogados podem protelar ao máximo a sua condenação. O objetivo, em tese, é conseguir que os crimes prescrevam.

Nelson Calandra, presidente da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), afirmou que a demora no julgamento pode fazer com que a sociedade e, principalmente, a família das vítimas convivam com a sensação de impunidade.

"Além disso, caso seja condenado, ele é uma pessoa diferente daquela de há 15 anos", afirmou.

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