Câmaras governistas são maioria na região

Em ano eleitoral, os prefeitos de oito das dez maiores cidades da região de Ribeirão Preto terão o apoio de Câmaras presididas por vereadores que fazem parte das bases governistas.

Dessas oito cidades, os prefeitos de Ribeirão, Sertãozinho, São Carlos e Araraquara devem disputar a reeleição.

A oposição tem os chefes dos Legislativos somente em Bebedouro, cujas eleições ocorreram em janeiro do ano passado e valem para o biênio 2011-2012, e Franca.

"Não deixa de ser uma derrota para o prefeito, que sempre interferiu no Legislativo", afirmou o vereador Valter Gomes (PSB), eleito presidente da Câmara de Franca no início de dezembro do ano passado, com nove dos 14 votos.

O prefeito Sidnei Rocha (PSDB), que não disputará a reeleição por estar em seu segundo mandato consecutivo, não falou sobre a situação.

Em Franca, os tucanos deverão decidir o candidato para as eleições a partir de uma trinca formada pelos atuais secretários Alexandre Ferreira (Desenvolvimento), Valéria Marson (Urbanismo) e Sebastião Ananias (Finanças).

Em Ribeirão, Cícero Gomes da Silva (PMDB), há 32 anos no Legislativo e da base aliada da prefeita Dárcy Vera (PSD), foi escolhido para presidir a Casa pela nona vez.

A Mesa Diretora é formada apenas por governistas. A oposição, por sua vez, critica a falta de renovação e a interferência do Executivo -o que é negado por Dárcy.

"Esperamos que se mantenha a neutralidade e não se use a Câmara para beneficiar ações da prefeitura", afirmou a vereadora Silvana Resende (PSDB), da oposição.

Em Araraquara, a situação foi peculiar: governista, o presidente da Câmara Aluisio Braz (PMDB), o Boi, foi eleito com auxílio de três votos da oposição petista, cuja vereadora Márcia Lia é pré-candidata à prefeitura.

"Não vou prejudicar ninguém enquanto for presidente da Casa. Ganhei a eleição com o voto da oposição e tenho consciência disso", afirmou o presidente.

Márcia disse que a relação do PT com o PMDB é "saudável" na cidade, mas declarou que gostaria que Braz estivesse em sua base de apoio.

"Não ter o apoio do presidente não é o melhor dos cenários, mas isso não irá comprometer o debate eleitoral." Eles negam, no entanto, a possibilidade de aliança.