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Usina Albertina encerra produção e fecha 1.200 vagas

Empresa de Sertãozinho, fundada em 1922, deixará de processar cana nos próximos 12 anos; corte atinge safristas e empregados diretos

ELIDA OLIVEIRA
DE RIBEIRÃO PRETO

A usina Albertina anunciou ontem o corte de 1.200 funcionários -entre safristas e empregados diretos- após a homologação do negócio com a LDC-SEV Bioenergia, braço sucroalcooleiro da multinacional francesa Louis Dreyfus Commodities.

"Os funcionários sabiam que isso iria acontecer em algum momento, mas esperavam ter um prazo maior", disse Fábio dos Santos, advogado do sindicato dos motoristas agrícolas de Sertãozinho.

Para Mauro Bissi, tesoureiro do sindicato da indústria de alimentação de Sertãozinho, "a perda para o setor é incalculável".

"Esperamos que o pagamento seja feito, já que a usina ainda tem débitos trabalhistas", disse Bissi.

Hoje, a empresa se reúne em Ribeirão Preto com representantes dos sindicatos para falar dos pagamentos.

O anúncio da homologação da proposta da LDC pela Justiça só foi feito ontem.

O caso estava sendo discutido desde dezembro porque parte dos credores não concordava com a negociação.

Mas como a proposta foi aprovada por 94% dos credores, a Justiça acatou a decisão. Ainda cabe recurso.

Segundo Marcelo Milliet, gestor interino da Companhia Albertina, desde dezembro a usina "busca meios alternativos de evitar demissões".

No entanto, o imbróglio jurídico afastou possíveis negociações de arrendamento do maquinário da usina para fazer o processamento da cana-de-açúcar de terceiros.

Fundada em 1922, a Albertina enfrenta processo de recuperação judicial desde 2008, quando a crise econômica dos EUA teve impacto negativo na empresa.

Na última safra, a Albertina sentiu a quebra de produtividade de 30%, principalmente porque não investiu em renovação de canavial -a média no centro-sul foi de 13% frente às expectativas.

"Pelos próximos 12 anos [período de contrato com a LDC], a Albertina não vai operar", disse Milliet.

Esta é a primeira usina a ter reflexos concretos do impacto da quebra da safra de cana, que tirou R$ 10 bilhões do setor em 2011 segundo Sérgio Prado, da Unica (União das Indústrias de Cana-de-Açúcar). "Não há informações de que outras usinas não vão processar neste ano."

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