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Camelôs atuam durante almoço de fiscais

Ambulantes de Ribeirão aproveitam ausência de fiscalização das 12h às 14h para vender seus produtos no calçadão

Reportagem da Folha contou 32 camelôs na região central da cidade após os fiscais terem deixado o local

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO

Na segunda semana depois da implantação da operação tolerância zero no calçadão, ambulantes aproveitam as duas horas de almoço dos fiscais para atuar no local.

Na última sexta-feira, nos primeiros dez minutos após os fiscais terem saído da região central, a Folha flagrou 32 camelôs vendendo produtos de forma irregular.

"Tem que aproveitar, né, moça? Porque é só até as 14h mesmo, depois tem que ficar escondido", disse um vendedor ambulante de CDs e DVDs piratas, que preferiu não ser identificado.

Perto do meio-dia, os ambulantes já vão se reunindo nas proximidades do calçadão à espera da saída dos fiscais da prefeitura.

Para evitar a apreensão de bolsas e carteiras, uma ambulante decidiu ser cautelosa: toda a mercadoria fica guardada dentro de um grande pano, e não mais exposta.

"Se [o fiscal] chegar de surpresa, eu fecho rápido e me escondo", disse. Um dos "esconderijos", segundo ela, é uma banca de revistas.

A operação foi determinada pela Fiscalização-Geral um dia após a fiscal Luanda Dalla Couto ter sido agredida por dois ambulantes.

No primeiro dia, a operação mobilizou 30 fiscais de postura -a prefeitura conta com um total de 50- e dez guardas civis, além de homens da Polícia Militar.

Embora a atuação dos camelôs na região central esteja proibida por lei municipal, em dezembro a prefeitura autorizou a permanência deles no local por conta das festas de final de ano.

Os ambulantes sabem que não estão agindo em conformidade com a lei. Entretanto, culpam a prefeitura pela demora na entrega do novo camelódromo. Prometido para dezembro, o local está com as obras de reforma a-trasadas.

Dados do site da prefeitura informam que os proprietários do prédio já receberam R$ 111.792 em aluguel -são R$ 9.000 por mês. O prédio está alugado desde abril do ano passado.

"Ninguém gosta de trabalhar dessa forma, correndo como se fosse bandido. É falta de opção", afirmou Josimar da Silva, 21, que vende chaveiros e bonés.

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