Homenagem justifica reedição, defende escola

A reedição do enredo da Acadêmicos do Samba tem para os membros da escola um motivo claro: homenagear Isoel Aparecido da Silva, o Isoel da Vila, morto em 2011.

"Ele foi o autor do enredo, considerado por ele o mais especial. Foi um grande poeta", disse Conceição da Silva, filha e diretora da escola.

Embora os temas abordados na cidade nos últimos anos sejam idênticos ou correlatos, é a primeira vez que um enredo é reeditado integralmente em Batatais.

A reedição só foi possível após autorização da Uesb e das outras escolas. "Esse momento é também histórico para nós", disse Conceição.

Volnei José Barbosa, presidente da Uesb, disse que a entidade levou em consideração a homenagem para conceder a autorização. "O regulamento prevê samba e enredo inéditos. Mas esse é um momento especial", afirmou.

Segundo ele, o Carnaval de Batatais passa por um momento de reavaliação de seus enredos -a Castelo, por exemplo, decidiu adotar nova linha após abordar muito sobre si mesma na avenida.

"Fizemos uma reunião com toda a diretoria e os carnavalescos, e decidimos tentar inovar e modernizar", afirmou o presidente da escola, José Inácio Romagnoli.

Ele admitiu que abordar a própria história, mesmo que para prestar uma homenagem, já não se encaixa no perfil que a escola tenta buscar.

Claudia Alexandre, pesquisadora de Carnaval e cultura negra, afirmou que nos primórdios os carnavalescos, que ainda não tinham o caráter profissional, costumavam abordar a história do Brasil em seus desfiles.