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Suco de laranja derruba em 17% exportações da região

Barreira imposta pelos EUA ao suco concentrado reflete na economia local

Em Araraquara, sede de uma das indústrias do setor, queda foi de 48,1%; já em Matão, com duas, de 8,8%

ELIDA OLIVEIRA
DE RIBEIRÃO PRETO

O total de exportações nas sete maiores cidades da região caiu 17,39% em janeiro deste ano, se comparado ao mesmo mês do ano passado.

A redução está ligada à baixa nas compras pelos países europeus, à barreira imposta pelos EUA ao suco de laranja concentrado nacional e ao menor consumo do produto no mundo, segundo especialista ouvido pela Folha.

O impacto negativo vai refletir na economia da região ao longo deste ano. Só em Matão, a indústria de suco de laranja representa 30% da arrecadação de ICMS, segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico.

É neste município onde estão as sedes da Citrosuco e Citrovita -cuja joint venture foi aprovada no ano passado.

Lá, indústria do suco representa 88,53% das exportações, que caíram 8,8% (veja quadro nesta página).

Em Araraquara, sede da Cutrale, a redução geral nas exportações é de 48,1% -só de derivados de laranja (sucos concentrados, congelados e óleos essenciais), de 47,36%. A preocupação da Secretaria da Fazenda é que haja impacto nas vagas de emprego e queda no repasse do ICMS para o município.

O efeito negativo chega ao citricultor. Segundo o presidente da Associtrus (Associação Brasileira de Citricultores), Flávio Viegas, há cerca de 3 milhões de caixas de laranja que já poderiam ter sido colhidas, mas aguardam nos pés dos pomares o pedido de compra das indústrias.

'CRISE DO CARBENDAZIM'

Para Marcos Fava Neves, professor titular de planejamento e estratégia na FEA/USP em Ribeirão Preto, o cenário está vinculado à "crise do carbendazim".

Ele se refere à substância presente em fungicidas aplicados em laranjais no Brasil, cujos resquícios encontrados no suco exportado motivaram a barreira ao produto nos EUA, que até então compravam 13% do suco nacional.

O impasse alfandegário aconteceu no momento em que a indústria tentava recuperar mercado após a queda do consumo no mundo.

Segundo a CitrusBR (Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos), estima-se que as compras de suco de laranja no mercado norte-americano caíram 12%.

Mas o efeito do carbendazim pode ser ainda mais negativo, segundo a associação.

Isso porque há diferenças de registros de embarque que podem acumular de um mês para outro. Isso explica distorções, segundo a associação.

Em Araraquara, por exemplo, houve aumento de 48% na exportação de suco para os EUA -isso em plena crise- e queda de 69% na exportação aos Países Baixos.

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