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Ameaça de bomba cancela cirurgias no HC

Doze operações agendadas para a tarde foram suspensas a pedido da PM; pacote suspeito foi entregue por mototaxista

Grupo antibomba veio de SP para explodir o artefato; carta trazia citação de Karl Marx contra o capitalismo

Edson Silva/Folhapress/Reprodução
Policial do Gate segura suposta bomba (reproduzida no detalhe) endereçada ao Hospital das Clínicas de Ribeirão, ontem
Policial do Gate segura suposta bomba (reproduzida no detalhe) endereçada ao Hospital das Clínicas de Ribeirão, ontem

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

Uma suposta ameaça de bomba no HC (Hospital das Clínicas) de Ribeirão Preto levou ao cancelamento de 12 cirurgias eletivas (não urgentes) ontem à tarde.

Cerca de 200 funcionários do setor administrativo e do RH tiveram de evacuar quatro salas próximas à superintendência. A suposta bomba, que, segundo a PM, aparentava ser falsa, foi endereçada à superintendência e foi detonada por uma equipe antibombas do Gate, grupo especializado da Polícia Civil que veio da capital para a ação.

Segundo a Polícia Militar, uma caixa embrulhada em um papel de presente foi entregue no setor de correspondências do HC por um mototaxista ontem de manhã.

Uma secretária abriu o embrulho à tarde e encontrou, dentro de uma caixa, duas cartas e o artefato -um relógio digital, ligado a dois fios em espiral e pedaços de cola.

Um dos papeis, menor, dizia: "Atenção! Você acabou de acionar uma bomba. Ponha na mesa e saia da sala com calma". A segurança do hospital foi chamada e, em seguida, acionou a PM.

Como a superintendência fica abaixo das salas de cirurgia, a PM orientou o HC a cancelar procedimentos.

Na outra carta, estava escrito que a pessoa era grata às "milhares de vidas que vocês [do HC] cuidam", mas que usaria "a teoria de Marx" -referindo-se ao pensador Karl Marx (1818-1883)- para justificar o envio do artefato.

CRÍTICA

A carta faz a seguinte citação atribuída a Marx: "Sem sombra de dúvida, a vontade do capitalista consiste em encher os bolsos, o mais que possa; e o que temos a fazer não é divagar acerca da sua vontade, mas investigar o seu poder, os limites desse poder e o caráter desses limites".

Segundo Antonio Roberto Catossi Junior, capitão da PM, uma hipótese é que o artefato tenha sido entregue por alguém que teve um mal atendimento na instituição.

Catossi disse ser pouco provável a relação entre a ameaça de ontem e a greve dos médicos-assistentes, que terminou em janeiro após 204 dias de paralisação. Câmeras do HC captaram a imagem do mototaxista, que aparenta ter 30 anos. Até as 20h, ele não havia sido identificado.

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