Acampamento cigano é destruído após atropelamento e assassinato

Nada mais resta no acampamento de ciganos onde foi morto, na tarde de anteontem, o auxiliar de pintor Alef Alex da Silva, 18. O crime ocorreu em Ribeirão, no bairro Jardim Salgado Filho 1.

Alef andava de moto quando atropelou uma menina de 4 anos em frente ao acampamento, onde ela vivia. O jovem parou para prestar socorro e foi morto a tiros.

O principal suspeito, segundo a polícia, é o goiano Daniel Lopes Cançado, 29, padrasto da criança atropelada, que estava desaparecido até ontem à tarde.

Revoltados com o assassinato de Silva, moradores da região atacaram o acampamento e incendiaram carros e barracos, segundo a polícia.

De acordo com o delegado Haroldo Chaud, já havia desentendimentos entre os ciganos e moradores do bairro antes do ocorrido.

Na manhã de ontem, já não havia nenhuma barraca no local nem seus antigos moradores. A Folha contou nove marcas de incêndio na área.

"Você acha que sobra alguma coisa? O povo veio aqui e pegou tudo", contou uma mulher que não se identificou. Ela, que diz morar nas redondezas, também vasculhava os restos das barracas.

"A primeira coisa que levaram foram as panelas bonitas, brilhando, que eles tinham", completou. O delegado afirmou ser provável que os objetos tenham sido levados por terceiros.

A criança atropelada permanecia internada em estado grave Hospital das Clínicas de Ribeirão, respirando com a ajuda de aparelhos.

A mãe, que disse à polícia desconhecer o paradeiro do padrasto, está no hospital acompanhando a filha.

A reportagem não conseguiu falar ontem com ela nem com Cançado. Até ontem, às 19h30, a polícia ainda procurava o suspeito.