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Blitz flagra empresa que reutiliza material hospitalar

Santa Casa de S. Carlos e o Hospital São Lucas, de Ribeirão, podem ser clientes

Empresa esterilizava itens descartáveis e tinha contrato com cerca de 300 instituições de saúde

GABRIELA YAMADA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO

A Secretaria de Estado da Saúde fará uma força-tarefa para vistoriar cerca de 300 instituições de saúde -entre hospitais públicos e privados- que mantinham contrato com a Sterimed Serviços de Esterilização, de Cedral (424 km de São Paulo).

Blitz da secretaria multou e suspendeu as atividades da empresa após o Estado flagrar que no local eram reprocessados e esterilizados materiais hospitalares que só podem ser usados uma vez.

Entre eles, foram encontrados cinco seringas injetoras, 67 conectores de injeção e dois cateteres vasculares.

Os hospitais e unidades de saúde são do interior paulista, de Minas, Tocantins e Goiás. A secretaria deu um prazo de 48 horas para que a empresa forneça os 300 nomes.

Entre as instituições, há unidades da região -como a Santa Casa de São Carlos e o Hospital São Lucas, de Ribeirão Preto- e o Hospital de Base de São José do Rio Preto.

'DESRESPEITO'

Para Isac Jorge Filho, conselheiro responsável pelo Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) em Ribeirão, o ato é criminoso e expõe pacientes a riscos de contrair doenças graves e fatais. "É a institucionalização do desrespeito à população", afirmou.

Segundo ele, o caso é ainda pior do que o episódio do ano passado em que lençóis e outros produtos hospitalares foram comercializados no país.

O reprocessamento indevido foi constatado na semana passada, após operação de fiscais da secretaria, com apoio da Polícia Civil e do setor de saúde da Corregedoria Geral de Administração, na Sterimed, região de Rio Preto.

Segundo a diretora do Centro de Vigilância Sanitária, Maria Cristina Megid, o reprocessamento era feito por funcionários à noite -o que foi constado na blitz-, nos últimos dias 15 e 16, após denúncia anônima. "Encontramos materiais que já estavam embalados e prontos para serem encaminhados aos hospitais."

Entre os materiais reprocessados havia, também, um alicate para cirurgias ortopédicas com sujeira. Também foram encontrados produtos usados com prazo de validade vencido em 2007.

Uma tabela de preços entregue à secretaria aponta que a esterilização de seringas, por exemplo, custa R$ 5,75 a unidade.

Ontem, a Sterimed apresentou sua defesa à secretaria, que foi indeferida por falta de justificativas. A multa foi de R$ 184 mil. As instituições a serem vistoriadas poderão ser autuadas.

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