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Usuários do SUS questionam 1º lugar de Ribeirão na saúde

Cidade foi considerada a melhor em saúde pública de São Paulo e a 3ª no país

Sistema de saúde do município tem longas filas de espera para atendimento e cirurgias canceladas

GABRIELA YAMADA
DE RIBEIRÃO PRETO

Apesar de Ribeirão Preto ter sido apontado como a melhor cidade paulista num ranking de saúde pública -o que foi festejado pela prefeitura-, usuários da rede municipal e médicos ouvidos pela Folha afirmam que não há motivo para comemorar.

A reportagem percorreu, ao longo da última semana, as UBDSs (Unidades Básicas Distritais de Saúde) Cuiabá, Quintino Facci 2 e Central.

Horas de espera em postos, cirurgias canceladas e longas filas para agendamento de consultas especializadas são alguns dos problemas relatados pelos usuários do SUS (Sistema Único de Saúde).

No início deste mês, o Idsus (Índice de Desempenho do SUS), do Ministério da Saúde, apontou Ribeirão não só como a cidade campeã em São Paulo, mas também como a terceira melhor do país.

O município recebeu a nota 6,69, atrás somente de Vitória (ES) e Curitiba (PR). A média brasileira foi de 5,47.

O diretor adjunto do Simesp (Sindicato dos Médicos de São Paulo), Ulysses Strogoff de Matos, diz que o resultado da pesquisa deve ser relevado, pois os dados -referentes ao período entre 2008 e 2010- foram enviados pelos próprios municípios.

PROBLEMAS

Em Ribeirão, a população sofre com a constante quebra de aparelhos de raios X nas unidades. A inauguração da UPA (Unidade de Pronto Atendimento), anunciado pela administração como uma melhora para a área, deverá acontecer com seis meses de atraso.

Nas três UBDSs visitadas, pacientes reclamaram da demora de quatro horas, em média, para atendimento.

Na segunda-feira, o autônomo Marcos Roberto Silva, 36, relatou ter chegado à UBDS Cuiabá às 17h, mas só foi atendido perto da 0h.

Na quinta-feira, no mesmo local, a reportagem encontrou a educadora Shirlei Camargo, 43, aguardando por atendimento. Segundo ela, eram quatro horas de espera. Shirlei reclamava de dores fortes na região do útero.

Procurada, a Prefeitura de Ribeirão informou, por meio da assessoria de imprensa, que não vai se pronunciar.

REDE ESTADUAL

Os problemas na saúde atingem também as unidades estaduais. Anualmente, o HC (Hospital das Clínicas) cancela cerca de 5.000 cirurgias eletivas. No ano passado a instituição enfrentou uma greve de 240 dias de médicos-assistentes. A paralisação resultou em 3.000 cirurgias atrasadas e 49 demissões.

Questionado, o governo do Estado admite que a saúde na cidade precisa melhorar.

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