Outro lado

Prefeitura não fala; Estado diz que é preciso melhorar

A reportagem tentou ouvir a Prefeitura de Ribeirão sobre os problemas na saúde da cidade, mas sua assessoria de imprensa informou que a administração não falaria.

A Folha contou que visitou os postos de saúde, onde encontrou os diferentes problemas, mas a assessoria disse que mesmo assim a prefeitura não atenderia.

Já o diretor do 13º DRS (Departamento Regional de Saúde), Ronaldo Dias Capeli, do governo do Estado -comandado pelo tucano Geraldo Alckmin-, afirmou que não dá para dizer que está tudo bem. "É preciso melhorar muito."

Para o diretor, exceto a capital, Ribeirão é a única cidade que possui quatro hospitais do Estado.

Capeli defende que é necessário haver um trabalho de maior divulgação no acesso da população à saúde básica. Assim, diz ele, atendimentos de média complexidade seriam feitos nas unidades de saúde dos bairros.

A medida já foi defendida várias vezes pela própria Secretaria de Saúde de Ribeirão.

Em Ribeirão, os partidos à frente dos governos municipal e do Estado devem ser rivais nas eleições deste ano. A prefeita Dárcy Vera (PSD) deve disputar a reeleição. O deputado Duarte Nogueira (PSDB) é pré-candidato.

QUESTÃO COMPLEXA

Para Renato Pacheco Arena, presidente do Simesp (sindicato dos médicos) de Ribeirão, o tema é complexo. A cidade assume um "caráter metropolitano" e é "vampirizada" por cidades da região.

"Se a região fizesse a sua lição de casa, com melhores condições nos postos de saúde, o problema seria menor."

Sobre os problemas no HC relatados pelo Simesp, Capeli afirmou que os médicos-assistentes estavam em negociação salarial antes do início da greve e que a paralisação foi desnecessária.

Segundo ele, em abril a Assembleia Legislativa deve votar o plano de carreira para a categoria.