Projetos que criam cargos 'emperram' na Câmara

A Câmara de Ribeirão Preto impôs uma derrota parcial à prefeita Dárcy Vera (PSD), ontem, ao não colocar em votação seis projetos que criavam 36 novos cargos e alteravam questões tributárias.

Sem pareceres emitidos pelas comissões do Legislativo, os projetos nem sequer foram colocados em votação na sessão extraordinária convocada no período da tarde.

O argumento dos vereadores é que os projetos foram apresentados em cima da hora, sem chance para que dúvidas fossem sanadas.

A pressa tinha como justificativa, inicialmente, o prazo imposto pela Justiça Eleitoral, que proíbe mudanças após o dia 7 de abril, seis meses antes da eleição de outubro.

Ao término da sessão, porém, o secretário de Governo, Jamil Albuquerque, que estava na Câmara, disse que há um entendimento jurídico de que as mudanças ainda poderiam ser feitas até maio.

Na pauta havia projetos para alterações nas secretarias da Fazenda, do Planejamento, da Assistência Social e no IPM (Instituto de Previdência dos Municipiários).

Além da criação dos 36 cargos, 12 seriam extintos.

A oposicionista Silvana Resende (PSDB) disse que os projetos foram enviados "na calada da noite".

Uma das comissões que deixaram de emitir pareceres, a de Justiça, é presidida pelo líder de Dárcy na Câmara, Marcelo Palinkas (PSD) -ele deixou o plenário sem falar com a imprensa.

O secretário de Governo, no entanto, negou que tenha ocorrido uma derrota. "Foi um entendimento da Câmara que permite que a gente reveja isso", afirmou.

Integrantes do Movimento do Panelaço, contrário ao aumento de 40% dos salários dos vereadores, também voltaram à Câmara ontem.