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Mesmo com projeto de desfavelamento, barracos avançam

Prefeitura de Ribeirão não consegue conter o crescimento das ocupações irregulares

ELIDA OLIVEIRA
SILVA JUNIOR
DE RIBEIRÃO PRETO

Enquanto a Prefeitura de Ribeirão Preto anuncia os feitos do programa de desfavelamento no rádio e na televisão, a cidade continua a registrar o crescimento da ocupação ilegal de áreas públicas sem que a administração consiga conter o avanço.

O município tem hoje 45 núcleos de favelas e vê o crescimento de áreas como a da Santa Rita, no Jardim Progresso, e a da Via Norte.

Na Via Norte, a expansão é em direção à avenida General Euclydes de Figueiredo, que tem recebido novos barracos há cerca de um ano.

A doméstica Ângela Aparecida dos Santos, 34, por exemplo, morava no meio da favela da Via Norte, em uma área que alagava, e há quatro meses se mudou para a "frente", na avenida Figueiredo.

Ela, que tem três filhos (de 7, 16 e 18 anos), disse que está cadastrada para receber uma casa há seis anos, mas que ainda não foi chamada.

Na Santa Rita, surgiram 54 moradias entre setembro e abril deste ano -a maior parte, de alvenaria-, segundo o pedreiro Romildo Marques da Silva, 43, um dos líderes comunitários do local.

Anteontem, o próprio Romildo rebocava mais uma casa, em mutirão com outros quatro homens. Ele mora na favela, em casa de alvenaria, com a mulher e três filhos.

O local chegou a ser alvo de ação para a retirada das moradias em 2008. No ano passado, outra decisão judicial previa a saída dos moradores, mas o defensor público Paulo Giostri conseguiu mantê-los na área.

INÓCUA

Para ele, o argumento de que Ribeirão Preto não possui uma política habitacional consistente foi o que mais pesou para derrubar a liminar.

Giostri vê o programa de desfavelamento da prefeitura como uma medida "inócua" e que institui o "apartheid social" na cidade.

Para ele, falta preparar os moradores para assumirem contas como água, luz, esgoto, que antes não tinham.

Já os conjuntos habitacionais isolam as pessoas. Ele disse que as políticas públicas devem ser feitas a longo prazo, integrando à cidade as novas moradias.

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