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Cerca em trilhos de trem 'divide' São Carlos

ALL diz que cumpre decisão judicial por segurança; prefeitura tentou embargar obra, mas a ordem foi descumprida

Por manutenção e segurança de 34 km de ferrovia, ação se tornou uma barreira na cidade; população reclama

ELIDA OLIVEIRA
DE RIBEIRÃO PRETO

A colocação de cercas ao redor da linha férrea em São Carlos, atendendo a uma decisão judicial, "dividiu" a cidade de São Carlos e já fez alguns moradores cortarem por conta própria os alambrados.

A ALL (América Latina Logística) foi acionada na Justiça para garantir maior segurança nos 34 km de trilhos da cidade, segundo a Procuradoria-Geral da República.

Um dos objetivos é o de impedir o acesso de pedestres à ferrovia, evitando que eles sejam atropelados.

Mas o caso coloca a população em uma situação insólita: no Jardim Paulista, por exemplo, de um lado há casas, empresas, pontos de ônibus, enquanto do outro ficam postos de saúde, creches, escolas e o Sesc.

Para ir para o outro lado, é preciso andar cerca de três quadras e chegar ao pontilhão destinado à passagem.

Para evitar a caminhada, alguns trechos dos alambrados foram cortados pelos moradores. É o caso da cerca colocada na rua onde mora o aposentado João Carlos Spadacini, 52. Ontem, um dia depois da instalação, a barreira já havia sido aberta para dar acesso do Sesc ao ponto de ônibus, em lados opostos.

No local, o alambrado cobre até as calçadas, o que faz com que os pedestres tenham de andar na rua. Para Spadacini, com a cerca, o mato deverá se proliferar. Ele fazia um jardim no local. "Agora, o mato vai tomar conta."

Segundo o procurador Ronaldo Ruffo Bartolomazi, além de pedir o isolamento da linha, a ação contra a ALL pede a troca de dormentes, e de barras de trilhos, para a segurança da ferrovia.

Ele disse que a ALL pode ser acionada se não trocar os arames abertos. Para ele, a empresa adota "medidas cosméticas" e não efetivas.

A prefeitura disse que embargou as cercas. A ALL descumpriu a ordem alegando que a decisão federal se sobrepunha. A administração estuda alternativas.

A ALL disse que as cercas estão na área da empresa e que há passagens para os pedestres a cada 1,5 km na ferrovia.

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