Prefeituras apelam para creche particular

	Márcia Ribeiro/Folhapress
	A operadora de caixa Débora Teófilo Dias busca a filha Maria Laura, de 11 meses, na creche CCI do Servidor, em Franca

Pressionadas pela Justiça para abrir vagas na rede infantil de ensino, prefeituras paulistas têm apelado até para a rede particular.

A alternativa é bancar alunos em creches privadas -em algumas cidades, o modelo é chamado de bolsa-creche. Mesmo pagando por vagas, porém, as filas de espera não zeram, principalmente para as creches que atendem menores de três anos.

Pelo menos cinco cidades do Estado já fizeram convênio com escolas particulares.

Buscar acordo com o setor privado é um terceiro passo das administrações para tentar atender a demanda.

Além de unidades próprias, elas fazem acordos com filantrópicas e ONGs, mas nelas também não há vagas, o que obrigou as prefeituras a tentar a rede particular.

Franca, que atende a 4.337 em creches, é uma das interessadas. A fila de espera chega a 2.300 crianças, principalmente as menores.

Após pressão da Justiça cobrando mais vagas, o prefeito Sidnei Rocha (PSDB) enviou projeto à Câmara para que autorize convênio com creches da rede particular.

Serão matriculadas 200 crianças. O custo será de R$ 540 mil até o final deste ano. Se aprovado, o projeto deve ser implantado em agosto.

Segundo a coordenadora de creche de Franca, Carmen Peliciari Salgado, a pressão do Judiciário pesou na decisão da prefeitura de gastar esse montante. "É a única saída no momento, pela situação emergencial, mas estamos fazendo mais creches."

Piracicaba é uma das pioneiras em recorrer à rede particular. O bolsa-creche foi implantado em 2002. A rede municipal atende 7.832 crianças de até três anos -com o bolsa-creche são mais 708.

Por criança, a prefeitura gasta de R$ 207,98 a R$ 320 por mês -o valor é pago diretamente pela prefeitura à escola conveniada.

Já em Limeira, o bolsa-creche existe desde 2007. Além dos 3.972 alunos que estudam gratuitamente nas creches municipais, a prefeitura banca 1.228 nas particulares -R$ 400 por aluno. Ainda assim, a fila de espera reúne 2.000.

Em Presidente Prudente, o convênio começou neste ano, com 100 atendidos -as vagas são trocadas por débitos de imposto das escolas.

Em Jundiaí, a matrícula em rede particular existe desde 2011. Na capital, a Câmara chegou a aprovar projeto em 2011, mas foi vetado pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD).