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Leito psiquiátrico ganha controle on-line

Sistema permite que prefeituras da região encontrem vagas disponíveis em três hospitais psiquiátricos estaduais

Municípios reclamam de falta de vagas; Estado admite que, para viciados, a espera pode passar de uma semana

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

Em meio a críticas de prefeituras que apontam falta de leitos de hospitais estaduais para seus pacientes psiquiátricos, o DRS (Departamento Regional de Saúde) de Ribeirão Preto, órgão do Estado, criou um sistema on-line para que os municípios possam acompanhar o preenchimento das vagas.

O serviço, em tempo real, é pioneiro no Estado, segundo o governo. Se funcionar, diz, ele pode ser estendido a outras regionais.

Pela internet, as prefeituras e responsáveis por ambulatórios como os Caps poderão pedir vaga para internação, quando tiverem um paciente em crise, ou mesmo solicitar uma avaliação psiquiá-trica, quando a cidade não contar com um psiquiatra.

Em contrapartida, os três hospitais com leitos psiquiátricos na região -Santa Tereza e Hospital das Clínicas, ambos em Ribeirão, e Cais, em Santa Rita do Passa Quatro- vão exibir quantas e quais vagas estão ocupadas.

Os municípios poderão saber em que ordem o paciente está na fila de espera pelo leito psiquiátrico -uma informação antes não fornecida, segundo secretários de saúde.

"Hoje, nosso maior entrave é regular paciente na [área de] saúde mental. Você ligava na regulação estadual e a única coisa que te diziam é que era para aguardar", diz Jorge Furtado, de Sertãozinho.

Como a Folha já publicou, a falta de vagas é reclamação constante de prefeituras como Jardinópolis, Ribeirão Preto e Sertãozinho.

Na espera da vaga, pacientes em surto chegaram a ser amarrados a leitos improvisados em unidades de saúde.

O Estado admite que, para alguns casos, como o de pacientes viciados em drogas, a espera pelo leito pode passar de uma semana.

O serviço on-line começou a funcionar no último dia 6. A ideia é mapear onde há falhas no atendimento psiquiá-trico, segundo o diretor da DRS, Ronaldo Capelli.

"O sistema vai mostrar onde mais se precisa de vaga, se há problemas na regulação. Deixará mais transparente."

Outra vantagem é que psiquiatras poderão alimentar no sistema on-line informações do paciente -com o sigilo dos dados protegido por senha e acessados apenas pelos médicos.

Assim, se um paciente é atendido no hospital Santa Tereza, por exemplo, o psiquiatra da instituição poderá acessar seu histórico e checar se um psiquiatra de outra cidade já prescreveu medicamentos.

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