Problemas da cidade

Candidatos falam de urbanização e até em regularizar invasões

Edson Silva/Folhapress

Área da favela da Mata que foi demolida; famílias foram transferidas para casas

Com poucas semelhanças entre si, as propostas dos seis candidatos ao Executivo de Ribeirão Preto vão desde a urbanização de favelas à regularização de todas as áreas invadidas por sem-teto.

O petista João Gandini é o único que considera a possibilidade de erradicação de todas as favelas.

No entanto, confirma a necessidade de possível remoção por questões jurídicas, ambientais e habitacionais, e critica o que foi feito no entorno do Leite Lopes.

"Faltou política pública de habitação e assistência social quando as famílias se mudaram das favelas, como a garantia da manutenção das atividades de quem vive da reciclagem", afirmou.

O desfavelamento já gerou rusgas entre os candidatos. No ano passado, Gandini afirmou à Folha que a prefeita Dárcy Vera (PSD) teria se apropriado do projeto como uma ação do governo, o que foi negado pela prefeita.

Sobre as propostas para as favelas, Dárcy afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que, caso vença a eleição, continuará as ações já feitas por ela. A assessoria afirmou ainda que Dárcy construiu moradia para mais de 4.800 famílias.

O desfavelamento, entretanto, foi bancado principalmente pelos governos estadual e federal, com contrapartida municipal.

O fácil acesso ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) é um trunfo citado pelo tucano Antonio Duarte Nogueira Júnior para tornar a Cohab (companhia habitacional de Ribeirão) uma prestadora de serviços da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano).

"É preciso resgatar a capacidade da Cohab em gerir casas e até financiamentos. Hoje, a Cohab depende de ações de outros entes da federação", afirmou.

Nogueira também defende a urbanização e o reassentamento das famílias.

DESAPROPRIAÇÃO

Fernando Chiarelli (PT do B) e Mauro Inácio da Silva (PSTU) defendem o fim da especulação imobiliária, com a desapropriação de lotes desocupados ou improdutivos e a urbanização dos locais.

Mauro também vê alternativa na regularização de áreas invadidas por sem-teto.

Já Emilson Roveri (PSOL) aponta a necessidade do mapeamento dos vazios urbanos e o estímulo ao desenvolvimento destes locais ao longo dos quatro anos.