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Entrevistas 'Folha Ribeirão' Fernando Chiarelli (PT do B)

Cargos de comissão na prefeitura serão extintos

Em sua segunda disputa à prefeitura, ex-deputado prega ainda a criação de ouvidoria e critica rivais políticos

MARCELO TOLEDO
EDITOR-ASSISTENTE DA “FOLHA RIBEIRÃO”
ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

Se eleito prefeito, Fernando Chiarelli (PT do B) diz que demitirá todos os servidores comissionados de Ribeirão, acabando com o que chama de "cabidão de emprego". Prega, ainda, uma ouvidoria, além de criticar adversários.

A seguir, a quarta entrevista da série que a Folha faz com os candidatos a prefeito.

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Folha - O primeiro ponto do seu plano de governo é a criação de uma ouvidoria. Já não existe uma na prefeitura?

Fernando Chiarelli - É, se tiver, é uma ouvidoria surda, porque não está escutando. Vamos criar uma ouvidoria, sim, mas que ouça. Assim como uma administração que administre. Acontece que essa gente [prefeita Dárcy Vera (PSD) e Duarte Nogueira (PSDB)] encontra aliados poderosíssimos como, por exemplo, a Rede Globo, que está [fazendo] o trabalho sujo, imundo, porco de evitar ou tentar ignorar a candidatura do sr. Fernando Chiarelli.

Por isso que a EPTV Ribeirão [afiliada da Globo], do baixo jornalismo, da Rede Globo, está aí fraudando pesquisas descaradamente.

O sr. diz que tem manipulação de pesquisas...

Tem, com certeza.

Mas o sr. tem alguma prova?

Fazer um quadrado com três lados ou fazer o redondo quadrado ou fazer do branco o negro e do negro o branco, pode acreditar que ouvindo 600 pessoas pode se chegar à conclusão do que vai ser decidido por 600 mil.

Infelizmente, fizeram isso com o povo, tirando essas ciências e isso hoje é arma de fraude e manipulação. Quanto à prova, a própria Folha colocou que a outra pesquisa foi, por sinal, um trabalho muito brilhante da Gabriela [Yamada], terceirizada. Esta também foi terceirizada.

Candidato...

A tentativa de destruição do povo brasileiro, se é que vão conseguir, é comandada pela Rede Globo. E deveriam todos eles ser fuzilados por alta traição à pátria.

O sr. é a favor da pena de morte?

É evidente que sou. O sr. também não é? Se não for, vou presentear o sr. com as obras de [William] Shakespeare. Queria ver a reação do sr. ao ver sua mãe estuprada em um quarto por um monstro. Será que o sr. fecharia a porta? É evidente que o sr. reagiria.

Reajo com quem trai meu país, minha pátria e leva meu povo à morte e à desgraça. E levo-os ao mesmo caminho. E, por sinal, eles é que são a favor da pena de morte, tirando a educação do povo.

Candidato, o sr. citou algumas pessoas e eu preciso comunicá-lo que a Folha não gostaria de reproduzir ofensas pessoais na entrevista.

[Gritando] Que ofensas, rapaz? Estou falando de gente condenada na Justiça e você vem me falar em ofensa? Porra, quando é um preto eles estampam na capa do jornal como bandido. O sr. vem me falar que uma pessoa com seis condenações por roubalheira eu estou ofendendo? Cale a sua boca, jornalista. E faça outra pergunta.

O sr. já foi condenado na Justiça por má-fé, não?

Não! Foram sentenças negociadas. Nunca fui condenado por improbidade. Poderia ser se desse um soco na tua cara, que até você mereceria. Seria diferente de roubalheira aos cofres públicos. Ou o sr. não consegue ver a natureza de um e a de outro?

De onde o sr. tira seu sustento?

Vou dizer de onde não tiro. Não tiro da aposentadoria como político que tenho direito, de R$ 8.000. Poderia até falar que não tenho satisfação a dar, correto? Mas posso dizer que faço minhas traduções em inglês e recebo pelo serviço que presto a tantas e tantas pessoas há tanto e tanto tempo. Não vivo das tetas do poder. Pega a família do Gasparini, esteve sempre dependurada nos grandes bicos da pátria. A família do Nogueira esteve sempre dependurada nas tetas da pátria. A família da Dárcy Vera, ela e a família, filha, pai, todos dependurados nas tetas da pátria.

O sr. aceitaria apoio dos adversários num segundo turno?

Não, ganho a eleição sozinho. É claro que não estou me referindo ao PSTU e ao PSOL.

E Gandini, Dárcy e Nogueira?

O Gandini tem que mostrar quem ele sentenciou. Vê se ele sentenciou Cícero, Dárcy Vera, Palocci, Donizeti Rosa, Isabel Bordini. Ele cansou é de mandar oficial de Justiça tomar geladeira dos pobres.

No debate da TV Clube ele disse que essas pessoas não passaram pela Vara dele.

Mentiroso, chamei de mentiroso.

No debate, foi lembrado o caso em que o sr. foi cassado na Câmara. Na época, o deputado estadual Rafael Silva e o vereador Cícero Gomes da Silva disseram à Folha que o sr. recebia dinheiro de políticos para não os criticar. Como responde?

Aquele do celular? Ah, bom, aquele da pizzaria? Que derrubei a pizzaria dele? Ah, então está explicado. O dinheiro ainda não chegou. E, quanto à cassação, não é bem cassação, a cassação é usada para o ladrão. Foi uma deletação daquele que denunciava tudo de errado que acontecia na Câmara. Inclusive funcionário da copeira maior que o da presidente da República. Por sinal, eu fiz aquela reportagem junto com o editor de vocês hoje, o Luís Eblak, meu grande amigo, correto?

O sr. fala em criar hospital...

O Santa Lydia vou devolver ao Palocci no dia seguinte.

Do orçamento de R$ 1,8 bi, ao menos metade é comprometido com o funcionalismo.

Mais da metade do funcionalismo vai para a rua. Cabidão de emprego. Não é com o trabalhador mesmo. Não fica um em comissão. Tomo posse hoje, e some tudo amanhã.

Leia a entrevista
folha.com/no1150276

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