Após aumentar salário, nenhum vereador de Pradópolis se reelege

Os protestos da população, que chegou a usar nariz de palhaço em ato contra o aumento salarial dos vereadores, surtiram efeito em Pradópolis: nenhum dos nove parlamentares foi reeleito.

No final de setembro deste ano, eles aprovaram aumento de 59,4% em seus rendimentos - de R$ 3.700 para R$ 5.900 -, o que desagradou parte da população.

O aumento foi aprovado a apenas 11 dias das eleições de anteontem. Além da renovação de 100% da Casa, o novo Legislativo será, em tese, oposição ao prefeito eleito, o peemedebista Aldair Candido de Souza, o Dadá.

Entre os que aprovaram a alta dos próprios salários, mas não conseguiram se reeleger, estão David Augusto de Campos (PSDB), Edson Stella (PPS), Odair Simão (PMDB), Osmar Ramos (DEM), Raimundo Queiroz (PSB) e Vanderlei dos Reis (PV).

O único a votar contra o aumento foi Antônio Paulo Fonzar, o Binão (PSC), mas não tentou a reeleição porque disputou o pleito como candidato a vice de Avani Ramos (PTB), que não teve sucesso.

O protesto foi organizado por redes sociais na internet. "Eu achava que quatro ou cinco dos nove não se reelegeriam. Mas não pensei que seriam todos", disse Fernando Laveso Cirino, 24, um dos organizadores da ação.

Vereador há 16 anos, David Campos disse que aguarda o julgamento de um recurso na Justiça que ainda pode reconduzi-lo ao Legislativo.

A mobilização do grupo de Pradópolis atraiu até o apoio informal do Movimento Panelaço, conhecido pelos protestos em Ribeirão Preto contra o aumento salarial e de cadeiras na Câmara.

Em Ribeirão, porém, as manifestações não impediram que 14 vereadores da atual Casa se reelegessem.

Para Jonas Paschoalick, um dos membros do Panelaço, os vereadores reagiram à imagem negativa que tinham e investiram mais nas suas campanhas. Cícero Gomes (PMDB), um dos reeleitos, disse que o resultado foi "por causa do trabalho realizado".