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Dárcy pede restituição de verba da Câmara mais cedo

Pela primeira vez em seu governo, devolução foi solicitada já em junho

Restituição do valor economizado já soma R$ 6,5 mi; Prefeitura de Ribeirão deve ao menos R$ 15,4 mi a fornecedores

GABRIELA YAMADA
DE RIBEIRÃO PRETO

Pela primeira vez em seu governo, a prefeita Dárcy Vera (PSD) pediu a restituição da verba economizada pela Câmara de Ribeirão Preto já em junho.

No ano passado e em 2010, a antecipação começou a ser feita em julho. No primeiro ano da sua gestão, em 2009, foi realizada em outubro.

A prefeitura pode pedir parte da verba não utilizada pela Câmara e "gastá-la". O valor da restituição deste ano, entre junho e setembro, já soma R$ 6,5 milhões e é maior que os dois primeiros anos do governo. Está atrás do total de 2011 -R$ 7,2 milhões-, mas a Câmara pode devolver mais recursos neste ano.

Conforme a Folha publicou na semana passada, a prefeitura deve ao menos R$ 15,4 milhões em pagamentos atrasados para grandes empresas de Ribeirão.

Segundo o especialista em finanças públicas Adriano Biava, professor da FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade), da USP, as antecipações e o atraso de pagamento a fornecedores indicam que a próxima gestão poderá enfrentar dificuldades na administração da dívida.

"Ribeirão poderia ter uma prefeitura inovadora se adotasse novas formas de arrecadação, como a contribuição de melhoria pela revitalização do centro", afirmou.

A prefeitura passa por dificuldades financeiras detectadas até pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado), que em agosto emitiu um alerta apontando que a situação do caixa era "desfavorável". Isso porque o deficit apontado entre os meses analisados -setembro de 2011 a abril deste ano- foi de R$ 232 milhões.

Na análise, o deficit projetado para até o final do mandato foi de R$ 121 milhões.

Durante toda a campanha eleitoral, os adversários de Dárcy afirmam que a administração terá problemas de caixa em 2013. Apesar disso, a antecipação da verba é permitida por lei e depende apenas de autorização da presidência do Legislativo.

OUTRO LADO

A assessoria da prefeitura foi procurada na segunda e ontem para falar sobre o assunto, mas não houve resposta.

Desde o ano passado, porém, Dárcy culpa a gestão tucana pelo aperto financeiro.

Ela argumenta que seu antecessor, Welson Gasparini (PSDB), deixou R$ 90 milhões de restos a pagar, R$ 11 milhões de receitas extraorçamentárias e previsão insuficiente ou inexistente para outros R$ 59,39 milhões.

Gasparini nega e diz que deixou R$ 120 milhões em caixa e sem restos a pagar.

Na TV, no último domingo, ela afirmou que as dívidas herdadas são maiores que esse valor: R$ 700 milhões.

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