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Poupatempo da Saúde gera polêmica na disputa eleitoral

Dárcy usa rádio e TV para criticar a ideia de central telefônica de Nogueira

Tucano diz que ataques são "desespero" de adversária; prefeita afirma que a consulta por telefone é ilegal

DE RIBEIRÃO PRETO

Principal tema desde o início da campanha eleitoral em Ribeirão Preto, a saúde também se tornou o foco de um dos maiores embates na reta final do segundo turno.

As campanhas de Dárcy Vera (PSD) e Antonio Duarte Nogueira Junior (PSDB) travam uma discussão sobre o projeto do tucano chamado de Poupatempo da Saúde.

Nos últimos dias, as campanhas de Dárcy e Nogueira têm usado a propaganda eleitoral na TV, principalmente, para atacar e defender a proposta, respectivamente.

O projeto do tucano prevê a criação de uma central de atendimento informatizada, na qual técnicos e os próprios médicos farão por telefone o contato com os pacientes.

Pela proposta, seria possível também ligar para agendar consultas e exames.

Na TV, a campanha de Dárcy iniciou uma série de ataques, dizendo que consulta por telefone é ilegal, segundo uma resolução do Conselho Federal de Medicina.

Ontem, procurada pela Folha, a assessoria de Dárcy reafirmou essa posição e disse que atualmente é feito pela prefeitura só o agendamento de consultas por telefone.

Já a campanha de Nogueira na TV desde anteontem tem veiculado inserções na qual diz que os ataques de Dárcy ao projeto são uma atitude de "desespero". Afirma ainda que não se trata de consulta por telefone.

À Folha ontem Nogueira disse, por meio de nota, que o projeto é um sistema de regulação, que vai encaminhar o paciente ao local mais apropriado após avaliação prévia de risco e da necessidade.

"A proposta do Poupatempo foi muito bem recebida pela população e, além disso, não há proposta alguma da campanha adversária para resolver o problema da saúde. Preferiu-se, em vez de apresentar proposta para a cidade, atacar a nossa", disse o candidato.

LIMITES

Orientações médicas por telefone enfrentam um limite, segundo o médico Isac Jorge Filho, conselheiro do CRM-SP (Conselho Regional de Medicina de São Paulo).

Se alguém diz por telefone que está com dor de garganta, por exemplo, o médico do outro lado da linha pode perguntar há quanto tempo a pessoa está com a dor, se tem febre ou se alimentou-se.

O que o médico é proibido de fazer é dar um diagnóstico -dizer, por exemplo, que pode ser um caso de amidalite-, receitar um medicamento ou orientar por telefone a pessoa a fazer algum tipo de exame.

As perguntas, diz o conselheiro, só são úteis para o médico orientar qual unidade de saúde deve ser procurada.

Diagnosticar por telefone sem examinar o paciente infringe o Código de Ética, e o médico pode ser alvo de processo no CRM.

(LEANDRO MARTINS E JULIANA COISSI)

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