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Após 2 anos, 'Máfia do Lixo' volta à Justiça

TJ acata recurso do Ministério Público e, por unanimidade, manda abrir uma ação penal contra oito acusados

Entre os envolvidos estão o ex-prefeito Maggioni, empresários e ex-funcionários da administração

GABRIELA YAMADA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE RIBEIRÃO PRETO

Após quase dois anos da recusa da denúncia feita pela Promotoria, o caso conhecido como "Máfia do Lixo" volta a ser discutido judicialmente em Ribeirão Preto.
Em votação unânime, o TJ (Tribunal de Justiça) acatou anteontem recurso do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). A determinação é que seja aberta ação penal contra oito acusados, entre políticos e empresários, que supostamente participaram de esquema de pagamento de propina de R$ 50 mil mensais feito pelo Grupo Leão Leão.
Todos -entre eles o ex-prefeito Gilberto Maggioni (PTB) - são acusados de lavagem de dinheiro, ocultação de bens e valores e enriquecimento ilícito.
O caso surgiu em 2005, quando o ex-secretário de Palocci, Rogério Buratti, acusou o petista de ter recebido propina da Leão, enquanto prefeito. Segundo ele, o dinheiro serviu para financiar o PT. Em 2007, Buratti recuou.
O esquema teria continuado na gestão de seu sucessor, Maggioni, quando Palocci renunciou para assumir o Ministério da Fazenda. A estimativa é que o valor desviado do Daerp (Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto) entre os anos de 2001 e 2004 chegou a cerca de R$ 30 milhões, por um sistema de superfaturamento dos pagamentos à Leão.
De acordo com a denúncia, a empresa apresentava planilhas com valores referentes a distâncias superiores ao que havia efetivamente varrido no Bosque Fábio Barreto e as enviava ao Daerp.
O empresário Luiz Carlos Altimari, de Dois Córregos, emitia notas fiscais frias, ainda segundo a Promotoria.
No Daerp, por determinação de Isabel Fátima Bordini e Luciana Muscelli Alecrim, ex-superintendente e ex-química, respectivamente, funcionários seriam obrigados a acolher as planilhas e elaborar documentos falsos para justificar o pagamento.
Em 2009, por ter foro privilegiado, Palocci foi julgado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e absolvido da acusação. No caso dele, não cabe recurso pela Promotoria.
Além de Maggioni, os acusados são Altimari, Isabel, Luciana, Wilney Barquete (ex-presidente da Cohab-RP e da Leão Ambiental), Nelson Colela Filho (ex-secretário da Administração) e Luiz Cláudio Ferreira Leão e Carlos Alberto Ferreira Leão, do Grupo Leão Leão.
Procurados, os advogados dos acusados de envolvimento afirmaram que a "Máfia do Lixo" nunca existiu.
Ainda de acordo com os defensores, não houve comprovação de nenhum esquema de superfaturamento na cidade. Eles irão recorrer.

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