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Ninguém foi pego com maconha nos campi do interior

Diferentemente do que ocorre em São Paulo, unidades espalhadas pelo Estado contam com a presença da PM

Na capital, detenção de alunos fumando a droga foi um dos estopins para a invasão de prédios da USP

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

A presença da Polícia Militar, que se tornou alvo de protestos na USP da capital, é realidade há anos em alguns campi do interior. Apesar dessa atuação, nenhum aluno foi flagrado com drogas por policiais neste ano, segundo a PM.
A detenção de três estudantes fumando maconha no campus de São Paulo último dia 27 foi um dos estopins para a invasão dos prédios da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) e da reitoria da USP.
A Justiça concedeu pedido de reintegração de posse e uma operação com cerca de 400 homens deteve 72 pessoas que invadiram o prédio.
Mesmo não envolvidos diretamente com o caso em São Paulo, alguns estudantes da região apoiam o movimento estudantil da capital e questionam a necessidade da PM também nos campi de universidades públicas no interior.
O policiamento, na maioria dos casos com patrulhas diárias, existe na USP de Ribeirão Preto e de São Carlos, na UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), na Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Jaboticabal e de Araraquara.
Policiais e diretores dizem que o foco do policiamento é para crimes patrimoniais, em especial furto de veículos e de caixas eletrônicos.
Em Ribeirão, houve uma onda de roubo de veículos. Foram 21 casos no primeiro semestre e 14 no segundo.
O coordenador do campus, José Moacir Marin, disse não se lembrar de flagrantes de alunos no campus fumando maconha feitos por PMs.
Para Marin, o tamanho do campus, que era uma antiga fazenda de café, e a ampliação de prédios e serviços justificam a presença da PM.
Em Franca, o diretor do campus da Unesp, Fernando Andrade Fernandes, disse que, desde 2009, quando a Unesp foi transferida para uma nova área, não foi preciso acionar a polícia.
No campus antigo, porém, conta que a PM atuou em casos de furto a caixa eletrônico e furtos de veículos.

'FORA PM, FORA RODAS'
Os cartazes na USP da capital contra a presença da PM e pela saída do reitor, João Grandino Rodas, se repetem no interior, como os que a Folha viu em uma das moradias estudantis em Ribeirão.
Ao lado deles, porém, havia um aviso da coordenação do campus pedindo a retirada de todos os cartazes.
Segundo Marin, a proibição é só para evitar a "poluição visual". "Não é o que está escrito no papel, nem sei o que escrevem, mas é um papel 'enfeiando' o lugar".
Alunos da moradia ouvidos pela Folha dizem ser contrários à PM inclusive no campus de Ribeirão. "A PM acaba sendo necessária porque ela é uma mostra da ausência do Estado em várias coisas aqui no campus", disse Igor Soares Amorim, 23, do curso de ciências da informação e da documentação.
Para ele, é possível estruturar melhor a guarda universitária. Além disso, Bárbara Raíssa, 19, aluna de física médica, diz que falta uma melhor iluminação no campus.
Marin diz que pediu o aumento do efetivo da guarda e que a reitoria planeja melhorar a iluminação dos campi.

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