Ribeirão Preto, Sábado, 01 de Janeiro de 2011

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Prisões e crise marcam 2 anos de Italiano

Na primeira metade da gestão, prefeito de Bebedouro foi alvo de denúncias e viu a prisão de quatro servidores

O prefeito João Batista Bianchini também é acusado de descumprir promessas feitas durante a campanha

DE RIBEIRÃO PRETO

Denúncias de corrupção, funcionários do primeiro escalão presos por suspeita de fraude, atrasos de pagamentos, redução de jornada de trabalho e demissões. Esses foram alguns dos problemas nos primeiros dois anos da atual gestão do prefeito de Bebedouro, João Batista Bianchini (PV), o Italiano.
As dificuldades começaram ainda na eleição, em outubro de 2008. Apesar de a disputa ter sido no dia 5 daquele mês, Italiano só foi eleito 23 dias depois. A demora ocorreu porque o TSE ainda não tinha julgado dois recursos contra o candidato.
Um dos processos foi por não ter pago no prazo uma multa por propaganda eleitoral antecipada e o outro era resultado de ação do PMDB, que pedia sua impugnação por ter tido as contas da campanha para deputado estadual, em 2006, rejeitadas.
Já durante a gestão, um dos principais problemas foi enfrentado no Hospital Municipal de Bebedouro. Italiano apelou ao governo do Estado para assumir a unidade, que estava prestes a ver médicos deixarem de atender.
A Operação Cartas Marcadas, realizada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público, foi um dos mais graves golpes sofridos pelo governo de Italiano nesses dois anos.
Realizada em 6 de maio de 2010, a operação resultou na prisão de quatro funcionários do primeiro escalão da prefeitura, sete empresários e uma contadora por suspeita de integrarem uma quadrilha que fraudava licitações de obras públicas.
Em outros setores, Italiano cortou jornada de trabalho por causa da crise, sofreu ameaça de greve do funcionalismo e não fez o tradicional desfile de Carnaval.
Para o vereador Nelson Sanchez Filho (DEM), faltou planejamento e mais cuidado na escolha dos funcionários que assumiram as secretarias. "Foram dois anos de governo fraco, que não concluiu as obras prometidas."
Entre as obras atrasadas citadas pelo vereador está o lago artificial, na avenida Sérgio Stamato, um dos principais cartões postais da cidade e que estava prevista para terminar em 2010.
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Bebedouro, Mário Gomes de Oliveira Júnior, também acusa o prefeito de descumprir promessas. "É um verdadeiro estelionato eleitoral." Já o vice-presidente da Associação de Moradores do Centenário, Júlio César Teixeira de Carvalho, avalia como satisfatória a atuação de Italiano. "Uma das nossas reivindicações era o recapeamento da principal avenida do bairro e isso foi feito. Foram 10 mil m de asfalto."
A Folha tentou, por quatro semanas, falar com Italiano sobre as críticas à gestão, mas ele apenas respondeu a entrevista ao lado por e-mail.
(HÉLIA ARAUJO)

 Leia até segunda-feira a avaliação dos governos das principais cidades da região.


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