Ribeirão Preto, Sábado, 01 de Janeiro de 2011 |
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ANÁLISE Troca do ônibus pelo carro impacta ambiente e trânsito CRESO PEIXOTO ESPECIAL PARA A FOLHA A evolução da frota de qualquer tipo veicular tende a acompanhar a demanda. Claro, quanto mais passageiros, maior volume de compra ou de terceirização de ônibus para os transportar. A evolução de 6% da frota de ônibus diante da alta de 20% de habitantes na década indica que a busca pelo transporte coletivo, fundamental para mitigar de forma eficaz os graves problemas de mobilidade, regrediu. A diferença de 14% corresponde migração para outro modal. Como não há outro modo de transporte coletivo na região, os passageiros buscaram o transporte particular, o mais impactante de todos em termos ambientais e de congestionamentos. Os fatos que geraram essa migração podem associar a imagem de que a compra do carro ou da moto é redenção, liberdade. Esses dados também deixam transparecer uma possível reprovação ao ônibus em função da demora e da não disponibilidade imediata que o automóvel e a motocicleta apresentam. Faixas exclusivas de ônibus precisariam ser implantadas na cidade. Diminuiria mais o espaço para o automóvel. Contudo, começaria um incentivo ao ônibus. Quanto ao aumento da frota, a de motos é um dado não só preocupante. É alarmante. A motocicleta é um veículo de risco muito maior que o carro. A facilidade excessiva de compra associada ao erro que é o Estado aceitar a moto como táxi tem fomentado de forma indevida seu uso. No geral, o aumento total da frota indica crescimento do índice de motorização, que está em 1,56 habitante por veículo. Isso explica a evolução da doença do congestionamento das vias ribeirão-pretanas nesta década.
CRESO PEIXOTO é professor do curso de
engenharia civil do Centro Universitário
Moura Lacerda, mestre em transportes |
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