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Cana avança para o oeste, mas não tira status de Ribeirão
Área plantada cresceu 26,6% na microrregião de Presidente Prudente e 17,1% na de Araçatuba, segundo dados do IEA
Ribeirão ainda mantém-se como centro gerador de tendência e de tecnologia do setor, de acordo com o secretário João Sampaio
DA FOLHA RIBEIRÃO
Com mais áreas livres para o
plantio e substituição de antigas regiões de pastagem, a cana-de-açúcar tem avançado
com mais velocidade no oeste
do Estado de São Paulo. Porém,
para especialistas do setor, a região de Ribeirão Preto está longe de perder o posto de principal polo político e econômico
do mercado sucroalcooleiro.
Números do IEA (Instituto
de Economia Agrícola) referentes à safra 2008/09 reforçaram a tendência de avanço da
cana em áreas do oeste do Estado, nas microrregiões de Presidente Prudente e Araçatuba.
Segundo o instituto, a área
produtiva de cana no Estado
passou de 4,59 milhões de hectares na safra 2007/08 para
4,93 milhões de hectares na safra seguinte, uma alta de 7,4%.
No mesmo período, a área
plantada na microrregião de
Prudente cresceu 26,6% e, em
Araçatuba, 17,1%.
"São regiões com mais espaço para expansão da cana, onde
muitos pecuaristas arrendaram parte das propriedades para as usinas", diz o pesquisador
do IEA, Sérgio Torquato.
Para o presidente do Sindicato Rural de Prudente, Jacob
Tosello Junior, a cana tem ganho o espaço das pastagens
porque a situação da pecuária
está ruim. "O custo elevado para produção de carne já vem de
muito tempo."
Segundo o diretor do Escritório de Desenvolvimento Rural de Araçatuba, Cláudio Antônio Baptistella, o custo mais
baixo da terra e a topografia
que permite índices mais altos
de mecanização também colaboraram para o avanço da cana
no oeste. "O produtor acabou
procurando uma atividade que
remunerava melhor e arrendou
a terra para as usinas."
O crescimento dos canaviais
na região oeste tem feito a produção de cana nesses locais
atingir níveis semelhantes aos
das regiões tradicionais, como
Ribeirão (veja quadro abaixo).
Porém, para o secretário de
Estado da Agricultura e Abastecimento, João Sampaio, a expansão é apenas física e, por isso, não tira de Ribeirão o status
de polo. "Ribeirão é o grande
polo gerador de tendências, conhecimento, tecnologia, difusor de informações. É o principal polo sucroalcooleiro do
Brasil ou talvez do mundo."
O professor da USP Marcos
Fava Neves diz ainda que a concentração de investimentos
também faz da cidade o centro
político e econômico do setor.
"Essa hegemonia está longe de
ser ameaçada."
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