Ribeirão Preto, Segunda-feira, 01 de Março de 2010

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Cana avança para o oeste, mas não tira status de Ribeirão

Área plantada cresceu 26,6% na microrregião de Presidente Prudente e 17,1% na de Araçatuba, segundo dados do IEA

Ribeirão ainda mantém-se como centro gerador de tendência e de tecnologia do setor, de acordo com o secretário João Sampaio

DA FOLHA RIBEIRÃO

Com mais áreas livres para o plantio e substituição de antigas regiões de pastagem, a cana-de-açúcar tem avançado com mais velocidade no oeste do Estado de São Paulo. Porém, para especialistas do setor, a região de Ribeirão Preto está longe de perder o posto de principal polo político e econômico do mercado sucroalcooleiro.
Números do IEA (Instituto de Economia Agrícola) referentes à safra 2008/09 reforçaram a tendência de avanço da cana em áreas do oeste do Estado, nas microrregiões de Presidente Prudente e Araçatuba.
Segundo o instituto, a área produtiva de cana no Estado passou de 4,59 milhões de hectares na safra 2007/08 para 4,93 milhões de hectares na safra seguinte, uma alta de 7,4%. No mesmo período, a área plantada na microrregião de Prudente cresceu 26,6% e, em Araçatuba, 17,1%.
"São regiões com mais espaço para expansão da cana, onde muitos pecuaristas arrendaram parte das propriedades para as usinas", diz o pesquisador do IEA, Sérgio Torquato.
Para o presidente do Sindicato Rural de Prudente, Jacob Tosello Junior, a cana tem ganho o espaço das pastagens porque a situação da pecuária está ruim. "O custo elevado para produção de carne já vem de muito tempo."
Segundo o diretor do Escritório de Desenvolvimento Rural de Araçatuba, Cláudio Antônio Baptistella, o custo mais baixo da terra e a topografia que permite índices mais altos de mecanização também colaboraram para o avanço da cana no oeste. "O produtor acabou procurando uma atividade que remunerava melhor e arrendou a terra para as usinas."
O crescimento dos canaviais na região oeste tem feito a produção de cana nesses locais atingir níveis semelhantes aos das regiões tradicionais, como Ribeirão (veja quadro abaixo).
Porém, para o secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, João Sampaio, a expansão é apenas física e, por isso, não tira de Ribeirão o status de polo. "Ribeirão é o grande polo gerador de tendências, conhecimento, tecnologia, difusor de informações. É o principal polo sucroalcooleiro do Brasil ou talvez do mundo."
O professor da USP Marcos Fava Neves diz ainda que a concentração de investimentos também faz da cidade o centro político e econômico do setor. "Essa hegemonia está longe de ser ameaçada."


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