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Fachada da Baldan Implementos Agrícolas de Matão, que demitiu 122 funcionários no ano passado

da Folha Ribeirão

O Sindicato das Indústrias de Calçados de Franca cadastrou, em duas semanas, 900 trabalhadores desempregados que poderão ser contratados com a retomada das exportações nos próximos meses.
Com a mudança cambial, o setor espera o aumento nas exportações e a consequente contratação de mão-de-obra assim que o valor do dólar se estabilizar.
De acordo com o diretor administrativo do sindicato, Américo Pizzo Júnior, é a primeira vez que o setor implanta um "bolsão" de empregos. Foram cadastrados trabalhadores de diferentes etapas do processo de produção. Ainda não há um perfil das pessoas inscritas.
Desde 86, o setor enfrenta uma crise que já deixou 21,6 mil trabalhadores sem emprego. Em 84, havia 34.509 vagas preenchidas no setor calçadista de Franca.
De acordo com levantamento do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Calçados, em 94, por exemplo, que registrou a pior crise para o setor, 25 mil trabalhadores estavam empregados. Em 98, apenas 15 mil permaneceram.
O vice-presidente da Abicalçados (Associação Brasileira de Calçados), Ricardo Wirth, informou, por meio de sua assessoria, que a expectativa para este ano é que as indústrias retomem as receitas aos níveis históricos do setor.
Segundo a assessoria, a valorização do dólar torna o sapato mais competitivo no mercado internacional e a perspectiva é que se obtenha uma vantagem de 12% sobre o preço até então praticado.
De acordo com ele, o mercado ainda não sabe a cotação do dólar para daqui a dois ou três meses. Ontem, por exemplo, a moeda fechou em R$ 1,91.
De acordo com o secretário de organização do sindicato dos trabalhadores, Paulo Afonso Ribeiro, o mercado deve apresentar aquecimento nos próximos meses por causa do aumento das exportações aos Estados Unidos na Páscoa.
"Estamos vivendo um momento diferenciado na economia que deverá ser o melhor dos últimos quatro anos", disse Ribeiro.
Segundo ele, no primeiro trimestre dos últimos anos praticamente não houve contratação de trabalhadores pelas empresas.
De acordo com levantamento da entidade, com a produção voltada ao mercado interno, no ano passado o setor registrou contratações somente nos meses de agosto, setembro e outubro.
"Esses trabalhadores foram dispensados em dezembro, depois que terminou o contrato de experiência", disse Ribeiro.
Segundo o sindicato, nos últimos sete anos, 1.100 trabalhadores perderam o emprego porque as fábricas foram transferidas para o Nordeste devido aos incentivos fiscais.
De acordo com o sindicato, além das contratações, as exportações também devem favorecer a negociação salarial. A discussão sobre o reajuste devem ser iniciadas este mês. A categoria também defende a redução da jornada de trabalho sem diminuição salarial.

As demissões em 98
Janeiro: 297
Fevereiro: 928
Março: 604
Abril: 446
Maio: 504
Junho: 423
Julho: 529
Agosto: 656
Setembro: 423
Outubro: 29


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