Ribeirão Preto, Domingo, 02 de Agosto de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Quatro crimes apresentam alta em Ribeirão em 2009

Homicídios, roubos e furtos e roubos de veículos têm alta no primeiro semestre

Na região, o número de assassinatos cresceu 38,7%, passando de 93, nos primeiros seis meses do ano passado, para 129

GEORGE ARAVANIS
ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO

Os números de quatro dos cinco índices de violência urbana divulgados anteontem pela Secretaria de Estado da Segurança Pública cresceram em Ribeirão Preto no primeiro semestre de 2009, em relação ao mesmo período do ano anterior, o que não acontecia pelo menos desde 2007, quando o Estado passou a divulgar os dados mês a mês.
Os seis primeiros meses deste ano tiveram crescimento no índice de homicídios, por exemplo, depois de uma série de quedas. O ano atual teve aumento também no número de roubos, furtos de veículos e roubos de veículos.
Entre todos os crescimentos, o de roubo de veículos -mediante ameaça- pode ser considerado uma explosão. Aumentou de 117, no ano passado, para 201, total de 72%. Foi mais recorrente até do que no primeiro semestre de 2007, quando 189 carros foram roubados.
Na região de Ribeirão, o número de homicídios cresceu 38,7%. O total de homicídios nas 93 cidades sob responsabilidade do Deinter 3 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior) saltou de 93, nos primeiros seis meses do ano passado, para 129, entre janeiro e junho deste ano.
Foi a primeira vez que o número de homicídios cresceu, num primeiro semestre, desde 2005 -primeiro ano em que a secretaria separou dados por regiões do Estado. Naquele semestre, Ribeirão teve 163 assassinatos, número que caiu 18,4% no ano seguinte (133).
Para Sérgio Kodato, coordenador do Observatório da Violência e Práticas Exemplares da USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão, os números podem revelar avanço do crime organizado. "O homicídio está muito ligado a outros crimes", afirmou.
Segundo o professor, que é doutor em psicologia social, depois da onda de ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital), a polícia se esforçou mais para combater as organizações criminosas, o que motivou a queda na criminalidade. O aumento, segundo ele, pode indicar um início de esgotamento da capacidade da polícia de reprimir o crime, que para ele está cada vez mais organizado.
Apesar do avanço nas taxas de homicídio no primeiro semestre, Kodato disse crer que os homicídios ainda estão em índices aceitáveis. "Perto dos números que já foram registrados há dez anos, está dentro do limite do tolerável, até para padrões internacionais."


Texto Anterior: Alto padrão apresenta reação, dizem especialistas
Próximo Texto: Memória: Ribeirão fez parte de lista das mais violentas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.