Ribeirão Preto, Domingo, 02 de Agosto de 2009

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Inventor cria peça que evita que rodas de caminhões se soltem

Invenções particulares são raras na região, diz consultor

DA FOLHA RIBEIRÃO

Antes de explicar para que serve a peça de metal que está em exposição no pátio de sua empresa, Valter Pereira faz questão de exibir reportagens em vídeo e em jornais que mostram acidentes, alguns fatais, causados por conjuntos de rodas de caminhão que se soltaram enquanto o veículo estava em movimento.
Conhecidos pelos caminhoneiros como Filipe, esses conjuntos de rodas, e a frequência com que provocam acidentes, é que levaram o empresário e torneiro mecânico a trabalhar por cinco anos na invenção do Sistema de Segurança para Cubos de Roda para Veículos Longos -ou, como diz o nome de batismo comercial, Fica-Filipe.
Em Ribeirão desde 1984, Pereira disse ter começado a pensar num sistema seguro para o Filipe após notar que não havia nada similar no mercado -apesar de, todas as semanas, alguém reclamar que tinha perdido o Filipe.
Para conseguir chegar ao Fica-Filipe, porém, Pereira teve que projetar também um novo tipo de eixo de caminhão. Em 2006, terminou, já devidamente testados, os dois projetos. A partir daí, deu entrada nos pedidos de patentes para registrar suas invenções junto ao Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Intelectual).
Segundo o consultor da Berre Marcas e Patentes em Ribeirão Rui Silvestre, um pedido como o feito por Pereira demora, em geral, quatro anos para que seja aceito pelo Inpi como um novo produto ou tecnologia. Nesse tempo, são feitos testes e investigações para ver se o produto cumpre requisitos de ineditismo e exclusividade, além de testes técnicos para comprovar sua eficácia.
Segundo ele, casos de invenção por profissionais como Pereira são raros na região. A maior parte dos pedidos de patentes ainda é feita por indústrias e pesquisadores ligados a atividades acadêmicas. Para Pereira, porém, essa etapa foi fácil de ser vencida. O desafio agora, segundo ele, é viabilizar comercialmente seu produto.
O empresário disse que, da forma como ele próprio produz, em pequena escala, o Fica-Filipe é mais de 100% mais caro do que um eixo comum.
Por isso, tem procurado empresas para oferecer a tecnologia. Com isso, crê que a invenção possa rodar pelas vias do país, evitando que Filipes desgarrados causem acidentes.


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