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35 pessoas esperam internação em Ribeirão
Superlotação de hospitais do SUS agrava crise da saúde na cidade; tempo de espera para obter uma vaga já chega a 72 horas
Secretária da Saúde diz que limite de espera é de 24 horas, mas a situação saiu do controle e HC operou com 120% da sua capacidade
Silva Júnior/Folha Imagem
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Oswaldo Derigo e Juarez Jorge da Silva (fundo) em macas ontem na UBDS do Castelo Branco; os dois aguardavam internação desde sexta
ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO
A crise na saúde pública em
Ribeirão Preto se agravou e, até
o fim da tarde de ontem, o número de pacientes que esperavam internação em hospitais
que atendem pelo SUS (Sistema Único de Saúde) chegou a
35 -eram 22 no domingo. O
motivo, segundo a Secretaria
da Saúde, é a superlotação
dos hospitais.
Segundo a secretária municipal da Saúde, Carla Palhares, a
média de espera dos pacientes,
que se acentua aos finais de semana, "raramente passa de 24
horas". Ontem, um paciente
aguardou 72 horas até obter
uma vaga (leia nesta página).
Segundo ela, não há previsão
para normalização do serviço.
"Cuidamos para que esse limite não se extrapole. Quando
acontece, buscamos uma vaga
logo, mas neste final de semana
a situação saiu do controle. Só o
HC [Hospital das Clínicas] operou com 120% da capacidade
[atendeu 20% mais pacientes
que a capacidade]", disse ela.
Ribeirão possui 600 vagas
para internações pelo SUS no
HC e nos hospitais Beneficência Portuguesa e Santa Casa. A
expectativa é que reformas e a
inauguração do Hospital Estadual de Serrana possam criar
mais 88 vagas até julho.
No HC, que tem 160 leitos
públicos, o centro cirúrgico parou por pelo menos dez horas
no final de semana pois todos
os leitos pós-operatórios estavam lotados, segundo o superintendente, Milton Laprega.
"Ele [centro cirúrgico] funcionou normalmente, mas o
que houve foi falta de demanda,
pois não havia espaço para mais
pacientes", disse.
Dos pacientes que esperam
vaga, seis são casos psiquiátricos. A prefeitura acusou o Estado, gestor do hospital psiquiátrico Santa Tereza, de ter deixado de aceitar os pedidos de internação do município. "Eles fizeram isso sem explicação e
sem aviso prévio, um pouco antes do Carnaval. É muito estranho", disse o diretor de Saúde
Mental, Alexandre Souza Cruz.
A Secretaria de Estado da
Saúde disse que o Santa Tereza
está atendendo normalmente
e, neste final de semana, tinha
26 vagas, mas não foi procurado para internações.
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