Ribeirão Preto, Terça-feira, 03 de Março de 2009

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35 pessoas esperam internação em Ribeirão

Superlotação de hospitais do SUS agrava crise da saúde na cidade; tempo de espera para obter uma vaga já chega a 72 horas

Secretária da Saúde diz que limite de espera é de 24 horas, mas a situação saiu do controle e HC operou com 120% da sua capacidade

Silva Júnior/Folha Imagem
Oswaldo Derigo e Juarez Jorge da Silva (fundo) em macas ontem na UBDS do Castelo Branco; os dois aguardavam internação desde sexta

ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO

A crise na saúde pública em Ribeirão Preto se agravou e, até o fim da tarde de ontem, o número de pacientes que esperavam internação em hospitais que atendem pelo SUS (Sistema Único de Saúde) chegou a 35 -eram 22 no domingo. O motivo, segundo a Secretaria da Saúde, é a superlotação dos hospitais.
Segundo a secretária municipal da Saúde, Carla Palhares, a média de espera dos pacientes, que se acentua aos finais de semana, "raramente passa de 24 horas". Ontem, um paciente aguardou 72 horas até obter uma vaga (leia nesta página). Segundo ela, não há previsão para normalização do serviço.
"Cuidamos para que esse limite não se extrapole. Quando acontece, buscamos uma vaga logo, mas neste final de semana a situação saiu do controle. Só o HC [Hospital das Clínicas] operou com 120% da capacidade [atendeu 20% mais pacientes que a capacidade]", disse ela.
Ribeirão possui 600 vagas para internações pelo SUS no HC e nos hospitais Beneficência Portuguesa e Santa Casa. A expectativa é que reformas e a inauguração do Hospital Estadual de Serrana possam criar mais 88 vagas até julho.
No HC, que tem 160 leitos públicos, o centro cirúrgico parou por pelo menos dez horas no final de semana pois todos os leitos pós-operatórios estavam lotados, segundo o superintendente, Milton Laprega.
"Ele [centro cirúrgico] funcionou normalmente, mas o que houve foi falta de demanda, pois não havia espaço para mais pacientes", disse.
Dos pacientes que esperam vaga, seis são casos psiquiátricos. A prefeitura acusou o Estado, gestor do hospital psiquiátrico Santa Tereza, de ter deixado de aceitar os pedidos de internação do município. "Eles fizeram isso sem explicação e sem aviso prévio, um pouco antes do Carnaval. É muito estranho", disse o diretor de Saúde Mental, Alexandre Souza Cruz.
A Secretaria de Estado da Saúde disse que o Santa Tereza está atendendo normalmente e, neste final de semana, tinha 26 vagas, mas não foi procurado para internações.


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