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Por dia, Ribeirão produz mais cem toneladas de lixo
Em dois anos, a geração de resíduos cresceu 21%, chegando a 569,3 t/dia
Acréscimo no poder aquisitivo da população é um dos fatores do aumento da produção de lixo, diz especialista
Silva Junior/Folhapress
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Lixo acumulado na esquina do Theatro Pedro 2º, em Ribeirão; em média, cada cidadão produz 1 kg de resíduos por dia
JEAN DE SOUZA
DE RIBEIRÃO PRETO
Ribeirão Preto gerou 569,3
toneladas de lixo por dia ao
longo de 2009, volume 21%
superior às 471 toneladas
diárias depositadas nas lixeiras da cidade em 2007.
Nesse intervalo, a quantidade de resíduos produzida
por morador de Ribeirão passou de 860 gramas para 1,01
quilo ao dia.
Os dados são do Panorama
de Resíduos Sólidos, elaborado pela Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas
de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), e se referem
ao lixo de casas, lojas e indústrias de pequeno porte.
Em 2009, Ribeirão superou cidades com população
equivalente. Em Sorocaba,
por exemplo, cada um dos
581 mil habitantes jogou no
lixo 909 gramas por dia.
Crescimento da população
e, principalmente, desenvolvimento econômico são os
fatores que provocaram produção maior de resíduos, segundo especialistas.
"Lixo é medidor de consumo", diz o diretor do Instituto
de Pesquisas Sociais da ACI-RP (Associação Comercial e
Industrial de Ribeirão), Antonio Vicente Golfeto.
Com o aumento do poder
aquisitivo da população,
cresce a aquisição de bens de
consumo industrializados,
que utilizam mais embalagens descartáveis. A maior
parte delas terá os aterros como destino.
Esse círculo, que, sob o
ponto de vista econômico, é
virtuoso, é preocupante para
o meio ambiente, segundo o
diretor-executivo da Abrelpe, Carlos Silva Filho.
"Não temos gestão adequada de resíduos no Brasil.
Temos problemas com coleta
seletiva, reciclagem e destinação", diz Silva Filho.
A realidade nacional se
aplica a Ribeirão Preto: conforme a Folha revelou em janeiro, 65% do lixo reciclável
coletado na cidade vai para
um aterro comum por falta
de tratamento.
Para Silva Filho, no entanto, não é só do poder público
a responsabilidade de diminuir a geração de resíduos e
evitar o que ele classifica como "colapso" na Terra causado pelo lixo.
"Precisamos da conscientização dos consumidores,
precisamos mudar o processo produtivo para que as
mercadorias colocadas no
mercado gerem menos resíduos", diz o executivo.
Para o diretor técnico do
Daerp (Departamento de
Água e Esgoto de Ribeirão
Preto), Joaquim Ignácio, Ribeirão está preparada para
receber a quantidade crescente de lixo produzido.
O Daerp, diz ele, promove
programas de educação nas
escolas para ensinar as crianças, entre outras coisas, a reciclar lixo.
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