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TJ manda voltar passe gratuito em Franca
Benefício, antes vetado pelo mesmo tribunal, vale para idosos, aposentados carentes, pessoas com deficiência e policiais
Gratuidade afeta 9.700 pessoas; ação movida pelas empresas de ônibus dizia que a isenção foi criada pela Câmara irregularmente
VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO
O Tribunal de Justiça de São
Paulo decidiu anteontem pela
volta da passagem grátis de ônibus em Franca. A gratuidade no
transporte coletivo urbano,
que havia sido suspensa em caráter liminar pelo mesmo TJ
no fim de agosto, vale para idosos, aposentados que ganham
até dois salários mínimos, deficientes e policiais.
Segundo a prefeitura, 9.700
pessoas são afetadas pela decisão. O Sindicato das Empresas
de Transporte de Passageiros
do Estado, que entrou com ação
pedindo o cancelamento do benefício, alega que a gratuidade
passou a valer a partir de leis da
Câmara e que, constitucionalmente, vereadores não podem
regulamentar o transporte de
passageiros no município.
Na decisão de anteontem,
que derrubou a liminar concedida ao sindicato, o relator Eros
Piceli argumenta que a prefeitura reajustou o valor do contrato com a empresa São José,
concessionária do serviço na cidade, considerando a gratuidade das passagens.
"Independentemente do resultado desta ação, que se fundamenta em elementos de convicção constitucionais, casso a
liminar concedida para que
cumpra o contrato de concessão a que se comprometeu incluídas as gratuidades assumidas por ela", afirma o relator em
sua decisão.
A tarifa em Franca custa R$
2,35. O reajuste de R$ 0,15 (ou
5,5%) foi definido em julho e ficou acima da inflação, mas não
agradou a empresa São José,
que esperava pelo menos 9%. O
pedido inicial era de 58%. Uma
das justificativas da empresa à
prefeitura era o número alto de
gratuidades oferecidas.
A Folha não conseguiu contatar ontem representantes da
empresa São José ou do sindicato. O prefeito Sidnei Franco
da Rocha (PSDB) também não
foi encontrado ontem à noite.
Na Câmara, a decisão repercutiu positivamente. Segundo
o vereador Paulo Afonso Ribeiro (PT), já existem cerca de
1.000 adesões a um abaixo-assinado elaborado pela Casa para que uma lei de iniciativa popular que garanta a permanência do benefício seja elaborada.
"Queremos garantir de fato
estes direitos e, mesmo com esta decisão, vamos continuar colhendo as assinaturas e apresentar o projeto de lei", disse.
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