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Alheio às blitze dos fiscais, índio vende ervas em tenda montada no calçadão
DA FOLHA RIBEIRÃO
Em meio à briga entre camelôs e fiscais da Prefeitura
de Ribeirão, um vendedor
trabalhava tranqüilamente
ontem oferecendo suas ervas
no calçadão, protegido por
uma tenda branca do tipo que
se monta na praia, com estacas no chão. Nome: Macsuara, 47. Trata-se de um índio
da tribo kadiwéu, de Mato
Grosso do Sul, que expõe e
vende produtos da floresta.
Até o dia 12 deste mês, ele
tem autorização da Secretaria
do Meio Ambiente de Ribeirão para armar sua barraca na
praça 15 de Novembro.
"Nós ficamos aqui porque
estamos divulgando a nossa
cultura. Damos palestras aqui
no calçadão, em escolas e associações e vendemos alguma
coisa também", disse Macsuara. Na tenda montada há
20 dias, ele vende chás curandeiros, além de camomila,
ginseng, guaraná em pó, jaborandi e outras plantas.
Com os produtos, ele já viajou por todo o Brasil e, antes
de chegar a Ribeirão, esteve
em Campinas. "Todas as prefeituras sempre apóiam a
gente. Se eu contasse por onde andamos você precisaria
de um jornal inteiro para escrever ", afirmou Macsuara.
Segundo José Augusto da
Cruz, diretor-interino do Departamento de Fiscalização
Geral da prefeitura, embora
qualquer tipo de comércio
ambulante no quadrilátero
central seja proibido por lei
municipal, os índios estão
protegidos por lei federal, que
os autoriza a expor e a vender
esses tipos de produtos. "Por
isso, infelizmente, nós da fiscalização ficamos de mãos
atadas", disse Cruz.
Segundo informações do
site oficial do Museu do Índio, localizado no Rio, a tribo
kadiwéu ficou conhecida por
lutar na Guerra do Paraguai
em favor do Brasil. Os kadiwéus são bons cavaleiros e famosos pela produção de pinturas, artesanato e pelos desenhos corporais que valorizam formas geométricas.
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