Ribeirão Preto, Quarta-feira, 04 de Março de 2009

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Usina dá um mês de licença remunerada a 750

Santelisa diz que plano é adequar pessoal à demanda

Márcia Ribeiro-24.jan.09/Folha Imagem
Funcionário da Santelista de Sertãozinho monitora fogo na caldeira

ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO

Todos os funcionários efetivos, rurais e operacionais, do grupo Santelisa Vale, que opera cinco usinas na região, vão ter um mês de licença remunerada até abril.
Segundo o grupo, a medida, que deve atingir 750 funcionários, não visa economizar e sim adequar o pessoal à demanda de produção, enfraquecida pela crise econômica global.
De 20 de dezembro a 20 de janeiro, os funcionários já tinham gozado férias. A partir de então, eles foram divididos em duas equipes (trabalhadores rurais e da indústria) e escalonados para tirar a licença remunerada, que deve se estender até o início oficial da safra.
"Adequamos os horários de acordo com a situação de cada usina. Trata-se de ajuste à demanda de mercado", informou a empresa por meio de sua assessoria de imprensa.
Em nota, a Santelisa informou que a medida foi tomada em comum acordo com as entidades representantes das classes, entre elas a Feraesp (Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo), o que foi negado pelo seu presidente, Miguel dos Santos Filho. "Com certeza, eles economizam com isso, pois não pagam hora extra, percentual de produção e não gastam com o operacional", afirmou.
Os trabalhadores não gostaram da redução informal de salário, mas não reclamaram. "Bom não é, mas pelo menos eles dizem que é uma medida para evitar as demissões, que aconteceram em outras usinas", afirmou o motorista Sérgio de Aquino Rodrigues, 42.
Com dívidas estimadas pelo mercado em R$ 2 bilhões, o Santelisa Vale busca aporte de capital. Em fevereiro, demitiu 109 funcionários dos setores administrativo e industrial.
Com unidades em Sertãozinho, Morro Agudo, Jardinópolis e Colômbia, o grupo é um dos maiores produtores de açúcar e etanol do mundo. Por ano, processa 18 milhões de toneladas de cana.

Albertina
No próximo sábado, a usina Albertina, também de Sertãozinho, completa dois meses de salários atrasados. Cerca de 1.800 funcionários estão parados e dizem que não retornam ao trabalho enquanto não receberem o que lhes é devido.


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