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Aprovada na Fuvest após ação judicial, caloura com visão subnormal inicia aula
DA FOLHA RIBEIRÃO
Marília Gabriela Ribeiro
Peres, 20, sofre de visão subnormal. Tem dificuldade para
enxergar letras, números,
textos e gráficos. Prestou vestibular por dois anos, mas não
conseguia superar as dificuldades. Pediu à Fuvest, Unicamp e Unesp que providenciasse uma prova especial,
mas não obteve sucesso.
Partiu, então, para a Justiça. Entrou com uma ação e
venceu: a Fuvest teve que elaborar uma prova especial para ela, com descrições detalhadas de gráficos, mapas e
charges, além de fontes maiores. Resultado: foi aprovada
em pedagogia na USP de Ribeirão Preto, que agora se
mobiliza para ajudá-la.
A coordenação do curso já
adiantou que pretende providenciar um gravador digital,
para que ela possa gravar e
ouvir as aulas. Outra ideia,
discutida em reunião realizada anteontem, é digitalizar
textos e até as provas, para
que um software especial
possa ditá-los verbalmente.
As provas também poderão
ser ditadas pelo computador
à estudante, que terá mais
tempo para terminá-las.
"É o primeiro caso do tipo
que temos conhecimento.
Vamos encaminhar esses pedidos à nossa chefia e marcamos reuniões com os professores dela. Estamos mobilizados pelo aprendizado da Gabriela", disse Noeli Rivas,
coordenadora do curso.
Ao longo da vida, Gabriela
usou sua memória como
principal alternativa. "Eu enxergo bem no dia-a-dia, o problema é na hora de ler, de interpretar informações. Meus
professores do ensino médio
entendiam isso e aplicavam
provas orais ou provas que
não precisavam de figuras ou
mapas", disse.
Segundo a oftalmologista
Maria Cristina Zanatto, especialista em visão subnormal,
pessoas com essa deficiência
podem levar uma vida normal. "Tenho pacientes que fazem doutorado. Há recursos
ópticos que podem melhorar
a visão e facilitar a vida das
pessoas", disse.
(LUCAS REIS)
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