Desempenho contrasta com o país, que teve alta de 0,15% nas vendas em fevereiro, em relação ao mesmo mês de 2008

No primeiro bimestre, queda foi ainda maior: 4.264 veículos vendidos este ano, contra 5.594 do mesmo período de 2008

DA FOLHA RIBEIRÃO

Apesar do IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) reduzido e da melhora nas condições de crédito, a venda de carros novos em Ribeirão Preto em fevereiro ficou abaixo do nível registrado no mesmo mês do ano passado, de acordo com a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).
No mês passado, foram 2.161 veículos vendidos -entre automóveis, caminhões, ônibus e motos-, ante os 2.736 comercializados em fevereiro de 2008, uma queda de 21,02%.
O desempenho de Ribeirão contrasta com o cenário nacional: a venda de automóveis e comerciais leves, no mês passado, superou em 0,15% o volume de fevereiro de 2008.
No acumulado do ano, 2009 se mostra ainda mais desfavorável. Em janeiro e fevereiro de 2008 foram 5.594 veículos vendidos. No primeiro bimestre deste ano, as vendas caíram para 4.264, ou 23,7% a menos.
Apesar da queda apontada pela Fenabrave, concessionárias ouvidas pela Folha afirmam que o cenário é outro. "Superamos em 15% as vendas de fevereiro do ano passado. Desde que houve a redução do IPI, a situação melhorou bastante", afirmou Evandro Reis, gerente da Atri Fiat.
João Pacífico Sparvoli, gerente de vendas da Itacuã, concessionária Volkswagen, tem outra teoria: "as vendas no varejo vão bem, mas o que pode ocorrer é uma baixa das vendas no atacado, aos frotistas", afirmou Sparvoli, que se refere ao comércio de veículos para locadoras, empresas, indústrias e produtores rurais.
A Santa Emília afirma que suas vendas subiram 30,6% no período: foram 147 automóveis e comerciais leves vendidos em fevereiro de 2008 contra 192 no mês passado.
"Fevereiro é, tradicionalmente, um mês ruim, pois é mais curto. E, mesmo assim, vendemos mais em fevereiro do que em janeiro", disse Rui Flávio Chúfalo Guião, presidente do Grupo Santa Emília.
De acordo com Eduardo Wadhy Rebehy, da Independance, concessionária Citroën em Ribeirão Preto, as vendas em fevereiro bateram, de longe, o mesmo período de 2008. "O momento é ótimo, por isso torcemos por uma prorrogação do IPI reduzido", disse.
O incentivo dado pelo governo federal no fim do ano passado está previsto para terminar no final deste mês, principal motivo de preocupação das concessionárias. Mas há um lobby para que o governo mantenha a medida por mais três meses. Sérgio Reze, presidente da Fenabrave, afirmou anteontem que, sem a isenção do IPI, os preços dos veículos devem aumentar 7%.
O coordenador administrativo Ivan Daniel Terra, 29, quis aproveitar o desconto possibilitado pela redução do IPM. Foi ontem com a família a uma concessionária e fechou negócio com um Gol a R$ 29 mil. "É um bom momento para comprar carro zero, pois o governo anunciou que a redução do IPI ficará só até o fim deste mês", disse Terra. "Melhor não esperar e correr o risco de pagar mais caro pelo veículo."
(LUCAS REIS)


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