No primeiro semestre, acidentes na região deixaram feridas 5.475 pessoas, 21,9% menos do que entre janeiro e junho de 2008

No caso das mortes, redução foi de 7%: 210 neste ano contra 226; especialista cita a lei seca como um dos motivos da queda

Edson Silva/Folha Imagem

Movimento no pedágio de São Simão, na rodovia Anhanguera, que registrou queda de tráfego

JEAN DE SOUZA
DA FOLHA RIBEIRÃO

Os acidentes de trânsito com mortos e feridos caíram nos seis primeiros meses deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado na região do Deinter 3 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior 3), que abrange Ribeirão e mais 92 cidades.
Segundo dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública, 5.475 ocorrências de lesão corporal em acidentes de trânsito foram registradas na região, queda de 21,9% em relação às 7.016 ocorrências do mesmo período de 2008.
As mortes causadas pelo trânsito caíram com menor intensidade: 7%. Foram 210 mortes neste ano, contra 226 no primeiro semestre de 2009.
Para o especialista em trânsito da USP de São Carlos Coca Ferraz, a fiscalização mais intensa após o início da lei seca, em junho de 2008, foi o fator que mais contribuiu para a diminuição dos acidentes.
José Bernardes Felex, colega de Ferraz na Faculdade de Engenharia da USP, disse que a mudança na cultura dos motoristas brasileiros, que já estão mais adaptados aos hábitos do trânsito, também favoreceu a queda nas estatísticas.
"O carro está passando a ser somente a condução, deixando de ser símbolo de status, de servir como elemento de competição", disse Felex.
O médico Gerson Alves Pereira Júnior, cirurgião do setor de emergência do Hospital das Clínicas e membro do Gapat (Grupo Técnico de Avaliação e Prevenção de Acidentes de Trânsito/Transporte), afirmou que, apesar de ter observado uma queda nos atendimentos a vítimas de acidentes de trânsito após a lei seca, os casos que têm chegado à emergência são mais graves. "O pessoal que tem alguma consciência deixou de fazer bobagem. Mas quem está batendo, está batendo com mais força", afirmou Pereira.


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