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Estradas da região "perdem" 263 mil veículos neste ano
Crise mundial é apontada como motivo da queda de movimento nas rodovias
LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
Os mais de mil quilômetros
de rodovias que formam a região de Ribeirão Preto "perderam" 263 mil veículos em seis
meses.
Levantamento obtido pela
Folha mostra que, no primeiro
semestre de 2009, 25,9 milhões
de veículos circularam pela região -o número é contabilizado pela movimentação das praças de pedágio. No mesmo período de 2008, foram 26,2 milhões de veículos.
Os dados são das quatro concessionárias responsáveis pelas
rodovias da região: Autovias,
Vianorte, Triângulo do Sol e
Tebe. A diferença mostra uma
queda de 1%, apesar do crescimento de 6,5% da frota das dez
maiores cidades da região no
período -passou de 932.519
para 993.201 veículos.
A maior queda foi registrada
nas estradas administradas pela Triângulo do Sol, que "perderam" 223.689 veículos neste
ano, uma diferença de 2,86%
em relação a 2008.
A crise mundial é a grande
resposta para essa perda de
movimento nas estradas, segundo profissionais que dirigem ou analisam o setor.
"Há uma relação clara entre a
crise mundial e a queda no total
de veículos rodando nas rodovias. Principalmente uma região como a de Ribeirão Preto,
que depende muito de setores
da economia que sofreram com
a crise", disse Ariadne Vitoriano, analista da ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias), que cita a cana e a citricultura como exemplos. "Com a crise, há menos
caminhões rodando", disse.
"No trecho sob concessão da
Triângulo do Sol, os veículos
comerciais de maior representatividade transportam combustíveis, carne, laranja e cana-de-açúcar, setores afetados pela crise econômica", diz a
Triângulo do Sol, em nota.
No entanto, não é apenas a
indústria que afeta o tráfego
das rodovias. Segundo Ariadne,
a renda familiar também pode
ter colaborado para a queda de
veículos nas rodovias. "No caso
de veículos leves, há realmente
uma relação com a renda. Com
uma renda menor, as pessoas
viajam menos de carro", disse.
Para Roberto de Barros Calixto, diretor da Autovias e Vianorte, que pertencem ao mesmo grupo, é preciso levar em
conta que 2008 registrou um
grande crescimento no tráfego.
"2008 foi um ano com crescimento alto, fora do comum. Por
isso a comparação com 2009
acaba sendo distorcida."
Ele admite que a queda no
número de caminhões rodando
nas estradas é visível, mas não é
algo preocupante. "Neste semestre é bem provável que haja
uma recuperação."
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