da Folha Ribeirão

Os familiares dos detentos da nova cadeia pública de Ribeirão Preto afirmam que têm sofrido humilhações durante as revistas nos dias de visita.
Durante a rebelião de ontem, cerca de 30 familiares protestaram diante da unidade.
As revistas são um dos motivos que geraram as rebeliões nos últimos dois dias.
A mulher de um dos detentos da ala D, Cláudia Nilce dos Reis, diz que todas as semanas é obrigada a se despir diante das guardas.
Ela também diz que é apalpada nas regiões íntimas.
"A revista é um absurdo porque não somos nós que levamos armas para dentro da cadeia", afirma Cláudia.
Ela acusa os próprios policiais de serem os responsáveis pelas armas que são levadas para dentro da cadeia.
A qualidade da comida oferecida aos presos também provoca críticas por parte dos familiares.
"Meu marido já encontrou baratas e caco de vidro em seu prato", diz Gisele Lara, mulher de um dos detentos da ala A.
Ela afirma que, na cadeia de Vila Branca, a situação dos presos era melhor. "Levávamos feijão, arroz e eles podiam cozinhar", diz.
Para a mulher do detento, a água consumida na nova cadeia é contaminada.
De acordo com Gisele, os detentos reclamam que os policiais costumam urinar dentro da caixa d'água que abastece as alas.
A mãe de um detento que também está na ala A, Maria da Conceição Amaral, afirma que pior que os maus-tratos aos presos é a falta de informações durante a rebelião.
"Disseram que existem nove mortos lá dentro, mas a polícia não diz que sim nem que não para os familiares", diz Maria.
(VÂNIA CARVALHO)


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