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FOCO
Dona de casa e marido trocam casa em Alagoas por barraco
Silva Junior/Folhapress
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A alagoana Arlene Medeiros em seu barraco, construído em 2008, ao lado do da filha
DE RIBEIRÃO PRETO
Nem mesmo o despejo e a
destruição de barracos feitos
pela Guarda Civil Municipal
nos últimos anos foram suficientes para frear a expansão
da favela da Via Norte. A
área, de preservação ambiental, não poderia receber
mais barracos a partir de
2006, mas, desde então, o
número de barracos cresceu
cerca de 30%.
A dona de casa Arlene Medeiros, 49, é uma das que se
mudaram para o local no período. Em 2008, ela e o marido vieram de Alagoas para
morar ao lado do barraco da
filha, que já está no local há
seis anos.
"Estávamos passando dificuldade lá e resolvemos vir
para Ribeirão. Como minha
filha já morava na favela, levantamos nosso barraco ao
lado do dela, mas ainda sonho ter uma casa melhor."
A família do estudante
Oséias Domingos Santos, 17,
também ergueu um barraco
na favela há um ano. No entanto, o local não é utilizado
como moradia e sim como
criadouro de animais que garantem o sustento da família.
"Moramos na Cohab do
Jardim Jandaia e lá não podemos criar animais. Por isso
montamos esse barraco aqui
e criamos os cavalos, porcos
e galinhas. Os animais são o
nosso ganha-pão", disse.
A zona norte de Ribeirão é
a região que mais tem áreas
ocupadas irregularmente no
município. De acordo com o
presidente da Cohab-RP, Rodrigo Arenas, somente nesta
região há 218.668 m2 de área
ocupada por favelas.
O Jardim Aeroporto é o
bairro que mais abriga favelas, um total de dez áreas invadidas- as maiores são a
Aeroporto, a Itápolis e a da
rua Recife.
"Quando fizemos o cadastro do programa Moradia Legal na favela do Jardim Aeroporto, por exemplo, havia
702 famílias lá. Hoje sabemos
que esse número é muito
maior."
Segundo Arenas, muitas
famílias se aproveitam que
as favelas estão sendo urbanizadas e deixam de pagar
aluguel para buscar uma casa nos núcleos.
"Famílias não cadastradas
não serão beneficiadas. Caso
contrário, estaremos enxugando gelo."
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