Ribeirão Preto, Sábado, 05 de Junho de 2010

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FOCO

Dona de casa e marido trocam casa em Alagoas por barraco

Silva Junior/Folhapress
A alagoana Arlene Medeiros em seu barraco, construído em 2008, ao lado do da filha

DE RIBEIRÃO PRETO

Nem mesmo o despejo e a destruição de barracos feitos pela Guarda Civil Municipal nos últimos anos foram suficientes para frear a expansão da favela da Via Norte. A área, de preservação ambiental, não poderia receber mais barracos a partir de 2006, mas, desde então, o número de barracos cresceu cerca de 30%.
A dona de casa Arlene Medeiros, 49, é uma das que se mudaram para o local no período. Em 2008, ela e o marido vieram de Alagoas para morar ao lado do barraco da filha, que já está no local há seis anos.
"Estávamos passando dificuldade lá e resolvemos vir para Ribeirão. Como minha filha já morava na favela, levantamos nosso barraco ao lado do dela, mas ainda sonho ter uma casa melhor."
A família do estudante Oséias Domingos Santos, 17, também ergueu um barraco na favela há um ano. No entanto, o local não é utilizado como moradia e sim como criadouro de animais que garantem o sustento da família.
"Moramos na Cohab do Jardim Jandaia e lá não podemos criar animais. Por isso montamos esse barraco aqui e criamos os cavalos, porcos e galinhas. Os animais são o nosso ganha-pão", disse.
A zona norte de Ribeirão é a região que mais tem áreas ocupadas irregularmente no município. De acordo com o presidente da Cohab-RP, Rodrigo Arenas, somente nesta região há 218.668 m2 de área ocupada por favelas.
O Jardim Aeroporto é o bairro que mais abriga favelas, um total de dez áreas invadidas- as maiores são a Aeroporto, a Itápolis e a da rua Recife.
"Quando fizemos o cadastro do programa Moradia Legal na favela do Jardim Aeroporto, por exemplo, havia 702 famílias lá. Hoje sabemos que esse número é muito maior."
Segundo Arenas, muitas famílias se aproveitam que as favelas estão sendo urbanizadas e deixam de pagar aluguel para buscar uma casa nos núcleos.
"Famílias não cadastradas não serão beneficiadas. Caso contrário, estaremos enxugando gelo."


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