|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Cana avança em áreas menos tradicionais
Produção de localidades como Orlândia e Ribeirão deve ser menor do que de outras microrregiões, como Araraquara
Segundo especialistas,
a cana avança sobre outras culturas; produção em
2009 deve ser de 148 milhões de tonelada
JEAN DE SOUZA
DA FOLHA RIBEIRÃO
A produção de cana-de-açúcar deve ter um aumento de
4,7% na região de Ribeirão Preto em relação à safra passada,
segundo o último levantamento do IEA (Instituto de Economia Agrícola), ligado ao governo do Estado.
Araraquara, com crescimento previsto de 10,2%, Barretos
(8,8%) e Franca (7,8%) devem
ter, nesta safra, alta acima da
média regional no plantio de
cana, enquanto áreas mais tradicionais, como Ribeirão (com
previsão de crescimento de
apenas 1%) e Orlândia (1,2%),
mostram uma tendência de
menor expansão.
No total, a região deve produzir 148 milhões de toneladas de
cana, contra 141 milhões de toneladas da safra passada.
A área dedicada à cultura estimada pelo IEA para o plantio
do produto deve alcançar
1.728.995 hectares, aumento de
3% em relação aos 1.672.906
plantados na safra anterior. As
áreas de maior expansão da
cultura devem ser Araraquara
(12%) e Franca (11%).
A explicação para esse movimento, segundo especialistas
ouvidos pela Folha, é a menor
possibilidade de expansão da
cana-de-açúcar em áreas onde
há menos terras disponíveis
-e, por consequência, estão
mais caras- e seu avanço sobre
outras culturas.
Na região de Araraquara, são
os laranjais que estão dando lugar à cana, segundo o diretor-técnico do EDR (Escritório de
Desenvolvimento Rural) local,
Eraldo Antônio Núncio.
A crise no preço da laranja
nas últimas safras, somada ao
avanço de pragas como o greening, favoreceram esse avanço,
diz Núncio.
Já na região de Franca, o aumento da produção de cana é
atribuído pelo diretor-técnico
do EDR local, Pedro César Barbosa Avelar, à entrada da planta nas áreas onde eram plantados soja e milho, principalmente na cidade de São José da Bela
Vista. A ampliação da usina Cevasa, em Patrocínio Paulista,
também incentivou mais produtores a partirem para o plantio da cana, afirma Avelar.
Para o pesquisador do IEA
Sérgio Torquato, áreas mais
tradicionais como Ribeirão e
Orlândia apresentam menor
produtividade porque já têm
canaviais formados há mais
tempo. Segundo Torquato, a
tendência é que esses canaviais
mais antigos produzam menos
cana se não forem renovados.
Torquato aponta, contudo,
que os números para esta safra
em todas as regiões devem
mostrar uma desaceleração do
ritmo de crescimento do setor
canavieiro, decorrente da crise
econômica mundial.
Outros impactos decorrentes da crise, segundo Torquato,
serão sentidos na próxima safra, já que muitos investimentos nos canaviais, como a renovação da cultura, deixaram de
ser feitos neste ano.
Texto Anterior: 16º Tanabata termina hoje com final do "cosplay" Próximo Texto: Preço do álcool que sai da usina sobe 8% Índice
|