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Briga por área de 1 alqueire para fábrica de avião e provoca 35 demissões
DA FOLHA RIBEIRÃO
Uma briga entre vizinhos,
em Itápolis, causou a demissão de 35 pessoas da fábrica
de aviões Aerogard, que deve
parar sua produção nos próximos dias e ser transferida
para outra cidade. O motivo
da divergência é uma área de
1 alqueire necessária para o
aumento da pista de pouso
da empresa, que está interditada há dois meses.
Proprietário da Aerogard,
Hélio Gardini acusa o vizinho, Pedro Thomazzin, de
ter causado o fechamento da
pista, após plantar eucaliptos em sua cabeceira, o que
levou a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) a interditar a área.
A versão contada por Thomazzin, sócio da Viação
Agrícola Tom Ibitinga, é outra. Ele diz que comprou
uma área contínua à propriedade de Gardini para
que pudessem montar a pista, construída em parceria.
Porém, uma garantia do uso
comum da área por um longo período, pedida por Thomazzin, não foi aceita. Foi o
começo da briga. Thomazzin
nega, porém, ter plantado os
eucaliptos somente para
prejudicar o proprietário da
Aerogard.
Chamado a intermediar a
discussão, o prefeito da cidade, José Cézar Nigro Mazzo
(PRP), disse ter proposto a
municipalização da pista,
para que os dois pudessem
usá-la.
As condições do acordo,
porém, novamente não foram aceitas por Gardini, segundo Mazzo.
Diante do impasse, o proprietário da Aerogard diz ser
forçado a transferir a fábrica.
"Eu queria ficar, mas não tenho condições, já tentei de
tudo", disse.
Ele afirma ter propostas
de pelo menos duas cidades,
Matão (SP) e Luís Eduardo
Magalhães (BA), para se instalar. O empresário afirma,
contudo, que mantém negociações com a prefeitura, esperando que suas condições
sejam aceitas.
Na Aerogard, o clima já é
de despedida. Na linha de
produção, apenas quatro
funcionários ainda cumprem o aviso prévio e as fuselagens de oito aviões estão
guardadas.
Segundo Gardini, sua empresa já produziu 16 aviões
durante os dois anos de funcionamento. A capacidade
de produção era um por mês.
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