da Reportagem Local

Sem receber a subvenção da Prefeitura de Ribeirão Preto, a Santa Casa e a Beneficência Portuguesa informaram que vão passar a reduzir atendimento de emergência.
Os hospitais afirmam que têm dívidas com fornecedores e não podem mais comprar medicamentos e material hospitalar em grande quantidade.
Um projeto de lei da prefeitura autoriza a administração a repassar uma subvenção a quatro hospitais filantrópicos da cidade. Além da Santa Casa e da Beneficência, o Santa Lydia e o Sanatório Espírita Vicente de Paulo também deveriam receber a verba.
O valor seria repassado em seis parcelas e totaliza R$ 1,4 milhão. Com a queda na arrecadação, a prefeitura não enviou a subvenção aos hospitais.
Na Santa Casa, o hospital que recebe o segundo maior volume de urgências e emergências na cidade, os casos graves devem ser enviados para a Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas.
"Se o paciente chegar e não tivermos material para atender, vamos ter que repassar para o HC", afirma Eduardo Lousada, provedor da Santa Casa.
Antes, o material era comprado em quantidade suficiente para durar de 20 dias a um mês.
Agora, como o hospital tem uma dívida de cerca de R$ 400 mil com fornecedores e precisa pagar à vista para adquirir o material, terá de comprar apenas o suficiente para o gasto semanal.
Segundo Lousada, o fato de a prefeitura não repassar a subvenção aos hospitais mostra que a administração não prioriza a saúde pública. "Se recebêssemos a subvenção da prefeitura, poderíamos negociar com fornecedores e normalizar a situação", disse ele.
A Beneficência Portuguesa informou que também está reduzindo o atendimento devido à falta de medicamentos e material. "Se não tivermos condições de atender o paciente, ele será transferido para outro hospital", afirma Antonio Carlos Rizzi, gerente financeiro da Beneficência em Ribeirão.
Segundo Rizzi, outro problema que o hospital vai enfrentar é a falta de dinheiro para pagar médicos e o 13º dos funcionários.

Câmara
Os secretários da Fazenda, Antonio Sivaldi Roberti, e da Saúde, Pedro Augusto de Azevedo Marques, foram convocados para comparecer hoje na Câmara de Ribeirão Preto a fim de explicar a falta de repasse da subvenção.
Marques também deve falar sobre a denúncia da diretoria da Santa Casa de que a secretaria estaria beneficiando a Mater, maternidade pública da Fundação Sinhá Junqueira, enviando ao local apenas partos simples.
A Santa Casa alega que está recebendo partos complicados enviados pela própria Mater. A direção da fundação nega a denúncia.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice