Ribeirão Preto, Sábado, 05 de Dezembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Deficit verde é visível, diz promotor

Promotoria do Meio Ambiente diz que mudar cálculo não resolve passivo ambiental de Ribeirão Preto

DA FOLHA RIBEIRÃO

O novo cálculo da Prefeitura de Ribeirão Preto, que fez o passivo ambiental da cidade ser "eliminado", não resolve o real problema do deficit verde. A avaliação é do promotor do Meio Ambiente Marcelo Pedroso Goulart. "Mudar o método para dourar a pílula não é o caso", afirmou.
Com a mudança na forma de cálculo, a prefeitura concluiu que a cidade tem 26 m2 de área verde por habitante, contrariando o estudo anterior, feito na administração Welson Gasparini (PSDB), que apontava números bem diferentes: 4,4 m2 de áreas verdes efetivamente implantadas per capita.
O número era bem inferior ao patamar mínimo de 12 m2 que é preconizado pela Sociedade Brasileira de Arborização Urbana e pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
Conforme a Folha publicou ontem, o secretário do Meio Ambiente de Ribeirão, Joaquim Rezende, disse que a diferença ocorreu porque o estudo anterior não incluía áreas como a USP, o bosque e a mata de Santa Tereza. A versão foi contestada pelo ex-diretor de Gestão Ambiental da administração Gasparini, José Luiz Barbieri, que afirmou que apenas a mata ficou fora do inventário.
Para o promotor do Meio Ambiente, o problema do passivo ambiental de Ribeirão independe de estudo, pois é visível. "Visualmente a gente percebe que há uma enorme carência de verde na cidade. Ao andar pelo centro da cidade se vê um problema sério."
O promotor disse que uma das causas da falta de arborização na região central foi a retirada das plantas para o rebaixamento das calçadas a fim de dar espaço a estacionamentos. "Isso foi o que levou à retirada de um grande número de árvores na região central da cidade. Isso prejudica o microclima, fica insuportável andar durante o dia por falta de árvores."
Goulart disse que é preciso ter "mais seriedade" para tratar do assunto. "Precisa ter um plano diretor de arborização urbana, a estruturação de parques que hoje estão no papel, recuperar todas as áreas de praças que estão instituídas, mas não arborizadas e urbanizadas." (LEANDRO MARTINS)


Texto Anterior: Painel Regional
Próximo Texto: Educação: Enem deverá reunir 18 mil vestibulandos em Ribeirão
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.