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Deficit verde é visível, diz promotor
Promotoria do Meio Ambiente diz que mudar cálculo não resolve passivo ambiental de Ribeirão Preto
DA FOLHA RIBEIRÃO
O novo cálculo da Prefeitura
de Ribeirão Preto, que fez o
passivo ambiental da cidade ser
"eliminado", não resolve o real
problema do deficit verde. A
avaliação é do promotor do
Meio Ambiente Marcelo Pedroso Goulart. "Mudar o método para dourar a pílula não é o
caso", afirmou.
Com a mudança na forma de
cálculo, a prefeitura concluiu
que a cidade tem 26 m2 de área
verde por habitante, contrariando o estudo anterior, feito
na administração Welson Gasparini (PSDB), que apontava
números bem diferentes: 4,4
m2 de áreas verdes efetivamente implantadas per capita.
O número era bem inferior
ao patamar mínimo de 12 m2
que é preconizado pela Sociedade Brasileira de Arborização
Urbana e pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
Conforme a Folha publicou
ontem, o secretário do Meio
Ambiente de Ribeirão, Joaquim Rezende, disse que a diferença ocorreu porque o estudo
anterior não incluía áreas como a USP, o bosque e a mata de
Santa Tereza. A versão foi contestada pelo ex-diretor de Gestão Ambiental da administração Gasparini, José Luiz Barbieri, que afirmou que apenas a
mata ficou fora do inventário.
Para o promotor do Meio
Ambiente, o problema do passivo ambiental de Ribeirão independe de estudo, pois é visível. "Visualmente a gente percebe que há uma enorme carência de verde na cidade. Ao
andar pelo centro da cidade se
vê um problema sério."
O promotor disse que uma
das causas da falta de arborização na região central foi a retirada das plantas para o rebaixamento das calçadas a fim de
dar espaço a estacionamentos.
"Isso foi o que levou à retirada
de um grande número de árvores na região central da cidade.
Isso prejudica o microclima, fica insuportável andar durante
o dia por falta de árvores."
Goulart disse que é preciso
ter "mais seriedade" para tratar do assunto. "Precisa ter um
plano diretor de arborização
urbana, a estruturação de parques que hoje estão no papel,
recuperar todas as áreas de
praças que estão instituídas,
mas não arborizadas e urbanizadas."
(LEANDRO MARTINS)
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