Ribeirão Preto, Sexta-feira, 07 de Agosto de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ação se valoriza na Bolsa, mas ainda está longe do auge

Empresas com operações em Ribeirão tiveram alta de até 200% desde fevereiro

Economistas apontam que o momento pode ser bom para investir e que as ações devem crescer mais, por causa do crédito maior


LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO

Quase um ano após a chegada dos primeiros indícios da crise mundial ao Brasil, as ações das empresas com sede ou operação na região de Ribeirão Preto voltaram a se valorizar. No entanto, os valores ainda estão abaixo do patamar praticado antes da crise.
Em fevereiro, a Folha havia mostrado que o valor dos papéis do SEB (Sistema Educacional Brasileiro), das usinas Cosan e São Martinho, do Açúcar Guarani e do frigorífico Minerva haviam caído até 75,3% desde o início da crise, em setembro de 2008. De fevereiro até ontem, as ações foram valorizadas em até 200% (caso do Minerva), mas ainda estão longe dos valores praticados até o fim do ano passado.
Ou seja: quem comprou papéis das empresas da região em setembro de 2008 perdeu dinheiro. Mas quem investiu entre maio e junho deste ano teve lucro. No ano passado, especialistas indicavam um bom momento para novos investimentos. Segundo os mesmos economistas, talvez agora também seja boa hora.
"Se usarmos o primeiro semestre de 2008 como referência dos valores, a impressão é que as ações estão baratas. Aquele foi o auge do otimismo no mercado de capitais. Mas a bolsa ainda tem espaço para subir mais até o fim do ano", disse Tabajara Pimenta Júnior, doutor em administração e especialista em mercado financeiro e de capitais da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto) da USP.
A única empresa da região que já conseguiu voltar aos padrões pré-crise é o SEB. Anteontem, o grupo anunciou alta de 85,2% em seu lucro líquido no segundo trimestre de 2009 -as outras empresas devem divulgar seus relatórios do período na próxima semana.
Para João Carvalho do Val, diretor financeiro da São Martinho, as ações das empresas do setor sucroalcooleiro foram prejudicadas pelo momento ruim do álcool. "Ainda não voltamos ao patamar pré-crise, pois o preço do álcool afetou a rentabilidade das empresas. Creio que, no futuro, ocorrerão novas valorizações", disse.
Segundo Edison Ticle, diretor de tesouraria do Minerva, o setor de carnes tem perspectiva de recuperação, provocada pela maior abertura de crédito.


Texto Anterior: Memória: Cerp não paga salários há quatro meses
Próximo Texto: Pedágio: Caminhão bate na traseira de ônibus
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.