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Ação se valoriza na Bolsa, mas ainda está longe do auge
Empresas com operações em Ribeirão tiveram alta de até 200% desde fevereiro
Economistas apontam que o momento pode ser bom para investir e que as ações devem crescer mais, por causa do crédito maior
LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
Quase um ano após a chegada
dos primeiros indícios da crise
mundial ao Brasil, as ações das
empresas com sede ou operação na região de Ribeirão Preto
voltaram a se valorizar. No entanto, os valores ainda estão
abaixo do patamar praticado
antes da crise.
Em fevereiro, a Folha havia
mostrado que o valor dos papéis do SEB (Sistema Educacional Brasileiro), das usinas
Cosan e São Martinho, do Açúcar Guarani e do frigorífico Minerva haviam caído até 75,3%
desde o início da crise, em setembro de 2008. De fevereiro
até ontem, as ações foram valorizadas em até 200% (caso do
Minerva), mas ainda estão longe dos valores praticados até o
fim do ano passado.
Ou seja: quem comprou papéis das empresas da região em
setembro de 2008 perdeu dinheiro. Mas quem investiu entre maio e junho deste ano teve
lucro. No ano passado, especialistas indicavam um bom momento para novos investimentos. Segundo os mesmos economistas, talvez agora também
seja boa hora.
"Se usarmos o primeiro semestre de 2008 como referência dos valores, a impressão é
que as ações estão baratas.
Aquele foi o auge do otimismo
no mercado de capitais. Mas a
bolsa ainda tem espaço para
subir mais até o fim do ano",
disse Tabajara Pimenta Júnior,
doutor em administração e especialista em mercado financeiro e de capitais da FEA-RP
(Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de
Ribeirão Preto) da USP.
A única empresa da região
que já conseguiu voltar aos padrões pré-crise é o SEB. Anteontem, o grupo anunciou alta
de 85,2% em seu lucro líquido
no segundo trimestre de 2009
-as outras empresas devem divulgar seus relatórios do período na próxima semana.
Para João Carvalho do Val,
diretor financeiro da São Martinho, as ações das empresas do
setor sucroalcooleiro foram
prejudicadas pelo momento
ruim do álcool. "Ainda não voltamos ao patamar pré-crise,
pois o preço do álcool afetou a
rentabilidade das empresas.
Creio que, no futuro, ocorrerão
novas valorizações", disse.
Segundo Edison Ticle, diretor de tesouraria do Minerva, o
setor de carnes tem perspectiva de recuperação, provocada
pela maior abertura de crédito.
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