Ribeirão Preto, Domingo, 07 de Agosto de 2011

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Menalton relança "À Sombra" com as mesmas vírgulas

Escritor de Serrana mantém versão original da obra que o projetou nacionalmente com o Prêmio Jabuti de 2000

"Se tiver de trabalhar para reescrever um conto, então faço um novo", diz ele; livro sai pela Global Editora

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

O mundo mudou -piorou, aliás, na opinião dele-, e as pessoas ficaram mais egoístas. Vários anos depois da primeira edição de "À Sombra do Cipreste", Menalton Braff, 73, continua pessimista e resolveu não mudar "nenhuma vírgula" da obra que o projetou nacionalmente.
Explica-se: o título que lhe garantiu o Prêmio Jabuti de 2000 como livro do ano acaba de ser relançado -conforme divulgou a Folha.com anteontem- e o autor preferiu não alterar nada do texto original, diferentemente do que fazem outros escritores.
"Se tiver de trabalhar para reescrever um conto, então faço um novo", disse na última sexta-feira o escritor gaúcho que vive há 24 anos em Serrana.
Esgotada havia cerca de sete anos, a obra saiu pela Global Editora e reúne 18 contos que abordam histórias em que a frustração e a angústia ganham corpo.
Sobre o seu pessimismo, Braff acentua que ele também piorou na última década. "Eu me sinto pior. O mundo piorou de lá para cá. As pessoas antes eram mais solidárias", afirmou.
Da obra que o revelou para o país, ele tem um carinho especial. "Ela representa a catapulta da minha carreira literária. É o meu "jeguezinho", montado no qual sigo meu caminho."

NO FORNO
Apesar da relação com "À Sombra", Menalton elegeu, entre seus 17 livros, as duas obras mais recentes como as que ele mais se identifica.
A penúltima foi "Bolero de Ravel", lançado no ano passado. A estrutura narrativa do romance é marcada pela música do francês Maurice Ravel (1875-1937): os tambores de guerra ao fundo da melodia sinuosa.
"Tapete de Silêncio", a última obra dele, nem é conhecida ainda pelos leitores, pois o novo romance deve sair só no final deste ano.
Nele, Braff usa a experiência de viver em Serrana para construir uma ficção numa cidade pequena em que coisas erradas são colocadas debaixo do tapete. "Mostra uma visão mais pessoal."


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