Ribeirão Preto, Domingo, 07 de Agosto de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros Ilustradores expõem arte em guardanapo Autores resgatam hábito de grandes pintores, como Toulouse-Lautrec e Picasso, que também adotaram técnica Mostra gratuita em livraria de Ribeirão será aberta na próxima quinta e vai até 31 de agosto, das 10h às 22h GABRIELA YAMADA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO Hábito comum entre frequentadores de bar, o desenho feito em guardanapos de papel ganhou tons de arte e uma exposição intitulada "Os Guardanapos", na livraria Fnac, do Ribeirão Shopping, a partir do dia 11. Cordeiro de Sá e Renato Andrade, ilustradores gabaritados e amigos há uma década, decidiram expor o que sempre foi considerado por eles uma diversão. E admitem ter ficado surpresos quando o projeto foi aprovado por patrocinadores. "Acontece que existe um discurso pronto de que ninguém apoia arte", disse Sá. Ele estava enganado. Dez empresas de Ribeirão, entre patrocinadores e apoiadores, aprovaram a ideia e decidiram apostar na novidade. No total, serão expostos dez guardanapos com cenas que eles viram em bares ou as imaginaram, num tom repleto de informalidade. Além da caneta, os ilustradores usaram também pó de café, ketchup, mostarda e maionese -materiais que artistas só podem encontrar nas mesas dos bares. Os desenhos foram feitos num boteco na zona sul da cidade. A intenção dos amigos foi buscar inspiração na fonte do processo criativo sendo fiéis à proposta do projeto. "Sempre que vamos ao bar, acabamos fazendo desenhos para amigos e conhecidos", diz Sá. Andrade conta que os desenhos nos guardanapos foram usados por ele para driblar a timidez na juventude. Ele diz que era muito tímido e que, por isso, não conseguia se aproximar das garotas. "Então, mandava desenhos para elas." Se a tática funcionou? "Acabei casando, acho que deu certo, sim." PICASSO E LAUTREC Os ilustradores defendem que o desenho em guardanapo pode ser considerado arte, e relembram que o pintor pós-impressionista Henri de Toulouse-Lautrec (1864-1901) cultivava esse hábito. "E Picasso também", destaca Andrade. Ele lembra da lenda de que o pintor Pablo Picasso (1881-1973), um dos mais influentes artistas do século 20, pagava suas contas nos cafés de Paris com seus desenhos feitos em guardanapos. Uma das histórias sobre Picasso e os guardanapos é clássica: um garçom teria reclamado que o desenho não estava assinado pelo pintor, quando ele teria respondido: "estou pagando o jantar. Não comprando o restaurante". A exposição na Fnac poderá ser visitada gratuitamente entre 10h e 22h, até o dia 31 de agosto. Texto Anterior: Menalton relança "À Sombra" com as mesmas vírgulas Próximo Texto: Frase Índice | Comunicar Erros

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.