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TJ manda professora de Ribeirão Preto limitar cães e gatos em sua casa
DA FOLHA RIBEIRÃO
O TJ (Tribunal de Justiça)
de São Paulo determinou que
a professora universitária
Wendy Ann Carwell se desfizesse de seus cães e gatos.
Segundo a decisão, publicada na última terça-feira, a
professora mantinha 26 animais na casa em que mora no
bairro Parque das Andorinhas, em Ribeirão Preto, sendo oito cachorros e 18 gatos.
Agora, ela poderá ter apenas dois gatos e dois cachorros sob pena de pagar multa
diária de R$ 100. Carwell foi
processada pela ex-vizinha
Carmen Balbino Bernardino,
com quem a Folha não conseguiu contato ontem.
Cinco vizinhos ouvidos pela reportagem ontem, dois
que moram nos fundos da casa da professora e um que
mora ao lado, disseram que
os animais são bem tratados e
nunca incomodaram. "Acho
isso muita injustiça. Se fizessem comigo, não sei o que eu
faria, porque eu não vivo sem
eles", disse a estudante Fabrícia Maria de Paula, 25, que
tem três cachorros em casa e
é vizinha da professora.
Outra vizinha que mora na
frente da casa alvo do processo disse que a professora até
construiu muros altos com
alambrado nas laterais e no
fundo de sua propriedade para evitar que os gatos entrassem nos imóveis próximos.
"Esses animais não incomodam. Ela cuida muito bem
deles, é tudo muito limpo. Se
incomodava, era a outra vizinha que já nem mora mais
aqui", disse uma moradora,
que não quis se identificar.
À Justiça, a professora universitária alegou que fez melhoramentos em sua casa para reduzir o odor e o barulho
provocados pelos animais e
os castrou, para evitar a reprodução, além de ter construído um gatil e manter o local dos bichos limpo.
O TJ, entretanto, entendeu
que ela faz uso anormal de
sua propriedade e interfere
na vida alheia. "Não há como
negar que, em regra, um animal doméstico contribui decisivamente para a felicidade
do ser humano. Há, porém,
quem assim não entenda e
que deve e precisa ter sua posição respeitada", afirma um
dos trechos da decisão, do relator Sá Duarte.
Segundo Vânia Cantarella,
chefe da divisão de Vigilância
Sanitária da Secretaria da
Saúde de Ribeirão Preto, reclamações de moradores sobre animais de estimação de
vizinhos são comuns. No ano
passado, foram 185 registros.
"Não existe uma regra no
Estado sobre quantos animais uma pessoa pode ter. Isso passa a ser um problema
de saúde pública quando há
risco de transmissão de toxoplasmose, por exemplo." A
Folha foi à casa da professora
ontem à tarde, mas não havia
ninguém. Também a contatou em seu local de trabalho,
mas foi informada de que ela
estava em aula até as 21h,
após o fechamento da edição.
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