Ribeirão Preto, Sábado, 08 de Maio de 2010

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3 presos confessam fraude em licitações e são soltos

Segundo delegado, acusados contaram como a quadrilha agia e deram novos nomes

O suposto esquema em Bebedouro, envolvendo donos de construtoras e membros da prefeitura, foi alvo de megaoperação


Silva Junior-6.mai.10/Folha Imagem
Policiais civis do GOE (Grupo de Operações Especiais) cercam o prédio da Prefeitura de Bebedouro durante a operação Cartas Marcadas

HÉLIA ARAUJO
DA FOLHA RIBEIRÃO

Um empresário, uma contadora e um integrante do primeiro escalão da Prefeitura de Bebedouro confessaram ontem, em depoimento à polícia, que participavam de licitações direcionadas na cidade.
A afirmação é do delegado seccional de Bebedouro, José Eduardo Vasconcelos. Os três foram presos junto com mais nove pessoas durante a Operação Cartas Marcadas, realizada anteontem pela Polícia Civil, Ministério Público e Secretaria de Estado da Fazenda.
Segundo o Ministério Público, Edson Pereira, diretor do Departamento de Licitações, Silvana José de Souza Dias, contadora que presta serviço a várias das empresas envolvidas, e Marcos Antonio, dono da LMA Construtora, foram libertados após informar à polícia como a quadrilha agia e passar nomes de outros envolvidos.
Continuam presos Rafael Marcussi, chefe de Gabinete do prefeito João Batista Bianchini (PV) e membro da Comissão Municipal de Licitação; o diretor do Departamento de Educação, Fabiano Botamedi; o diretor do Departamento de Obras e presidente da Comissão de Licitação, Gelson Ginetti; e o diretor do Saaeb (Serviço de Água e Esgoto de Bebedouro), Acelino Cardoso de Sá.
Também foram presos os empresários Antonio Carlos Hernandes, dono da HV Construtora, Rodolfo Rogério Pinheiro, proprietário das empresas RDA Construtora e Rodotruck, e José Roberto Cardoso, sócio da Rodotruck.
Completam a lista os empresários Roberto Cesar Barbosa, diretor da Construtora Barbosa, Dorival Hernandes Junior, da DLH Construtora, Juliano Peres Miranda, da Lemar Materiais para Construção, Carlos Eduardo de Souza e Francisco José de Souza, sócios da empresa FJK Ltda.
Um outro empresário foi preso na noite de anteontem, mas não teve seu nome divulgado. Mais duas pessoas, ligadas às empresas acusadas de envolvimento nas supostas fraudes, estão foragidas.

Irregularidades
A LMA Construtora, de Catanduva, já era investigada em outro inquérito civil aberto em fevereiro deste ano pelo Ministério Público.
Segundo o promotor Herbert Wylliam Vitor de Souza, a construtora é suspeita de participar de direcionamento em licitação para asfaltamento de rotatória.
"Temos informações de que, 15 dias antes do envio das propostas de licitação, já havia máquinas dessa empresa em Bebedouro", afirmou.


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